windmills by fy

15/12/2011

All Street-s

Filed under: Uncategorized — Fy @ 1:27 AM

 

 

  

 

 

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 Quase três anos depois do nascimento do Tea Party – o movimento que radicalizou a direita republicana –

a política dos Estados Unidos está às voltas com outra novidade de massa: o Occupy Wall Street  [ OWS ] .

Esse é o nome do movimento que nasceu há alguns meses ,

quando um grupo de jovens decidiu acampar numa pequena praça que tem mais cimento e pedra do que árvores ,

no centro financeiro de Nova Iorque , no sul de Manhattan  .

 

 

No começo , os protestos não chamaram muito a atenção da imprensa , mas ,

na primeira semana de Outubro já haviam triplicado o seu espaço no noticiário .

Com palavras de ordem contra   “ o sistema financeiro e a desigualdade social ” ,

o OWS foi ficando cada vez mais popular  .

 

 

Enfim , não  é mais novidade , já virou moda ,

virou esquerdismo… – direitismo…. – fascismo …. quadrinhos , polêmica e , com certeza musica .

Embora Zuccotti Park , o distrito financeiro de Nova Iorque , pareça um acampamento cigano ,

onde cavalos e cachorrinhos nos dão uma excelente aula sobre como respeitar a diversidade ,

 hippies, punks, veteranos de guerra com longos rabos de cavalo grisalhos ,  

– saias coloridas , sandálias de couro, pessoas dançando , enquanto outros tocam saxofone,

… o [ inevitável grupo de hare krishnas :  [ meio que boca-livre ]  e cheiro de incenso no ar  –  

tudo em meio a um carnaval de solicitações tipo :  o  “ fim das violações dos direitos humanos nas Honduras ” ,

outros querem  “ enforcar a junta turca de 1980 ” . . .

 

– defendem  “ as espécies em extinção ” , pregam  “ um mundo sem carvão ”  e ,

em alguns cartazes, prometem :  “ Vamos vencer o sistema ” . . .  

–  é  importante lembrar , a nível de insatisfação generalizada ,  

que em sua maioria os jovens “ ocupantes ” são ,  universitários com empregos ,

 jovens de terno  e gravata ,

senhores de idade em casacos de couro e senhoras de mãos delicadas

postadas atrás de um balcão improvisado que oferecem café e bolachas aos acampados .

Formando assim o mais curioso  perfil de pessoas

que não estão sufocadas pelas necessidades essenciais >  matriz dos movimentos sociais no capitalismo .

A ocupação é um meio para mostrar que os canais políticos tradicionais

ou estão bloqueados ou insensíveis às demandas em curso  .

 

 

Não há preocupações com direitismos ou esquerdismos !

… à priori .

 

 E esta é a novidade que permanece :

Occupy Wall Street  está mobilizando jovens americanos a protestar contra o atual estado de coisas nos EUA .

Começou em Nova York e se espalha pelo país e pelo mundo .

Ao contrário das manifestações comuns na democracia , ela não se dirige ao governo , mas ao sistema .

É , a rigor , um movimento que clama por reformas radicais ; talvez revolucionárias .

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Duas engrenagens  existem e tendem a aproximar, cada vez mais, os movimentos sociais no planeta:

 

1 –  o uso das redes sociais como instrumento de mobilização –

2 – o anseio por mudanças relacionadas às injustiças geradas pela crise global ,

que afeta o sistema capitalista , –

As conseqüências de cada movimento , no entanto , poderão ser distintas ,

considerada a sua localização geográfica .

 

 Enquanto a Primavera Árabe recria instâncias de poder nos países afetados  [ sob uma tênue linha da democracia ] ,

os ocupantes de Wall Street poderão sensibilizar parlamentares e governos a se posicionar

sobre uma agenda social sufocada pelas necessidades de ajuste econômico .

[ E por aqui , continuaremos torcendo pelo time que nos roubar melhor … ]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                

 

                                                      

 

 

                                                                  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                                                                 E nos envolvendo também .

                                                                              Sem direitismos ou esquerdismos … – apenas sem alienação .

                                                                                                                                                                     Talvez Coerência :    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Fy

 

Pesquisa:

Gilberto Rodrigues

Omelete

Irapuan Peixoto

Charlot Bernard  

– Relação com o saber, formação de professores e globalização: questões para a educação hoje. –

http://anarcoblog.wordpress.com/2011/11/30/occupy-the-world-legendas-do-ultimo-post/

46 Comments »

  1. Nice post, hun.

    Eu não sei dizer qual vai ser o resultado de tudo isso, mas sei que estou gostando do iter.

    Critica-se que seja um movimento difuso, com reivindicações díspares. Gente reclamando da Junta Turca e dos bail-outs.

    Eu gosto de pensar que o movimento é difuso porque as pessoas sentem que existe algo errado e não sabem exatamente o que é. Não tem gente falando que o problema é a Luta de Classes ou a Colonização (tá, talvez tenha, mas não é o caso). As pessoas sabem que o que aconteceu ofende o sentimento de Justiça.

    Talvez, com o tempo, eles decifrem o sentimento, mas, por ora, tudo o que eles precisam é falar: “I’m mad as hell, and I’m not gonnna take this anymore!”

    Comment by Anarcoplayba — 15/12/2011 @ 2:06 AM

    • Acredite q eu ainda não consegui assistir este vídeo ?
      Mais… voilà:

      Eu gosto de pensar que o movimento é difuso porque as pessoas sentem que existe algo errado e não sabem exatamente o que é. Não tem gente falando que o problema é a Luta de Classes ou a Colonização (tá, talvez tenha, mas não é o caso). As pessoas sabem que o que aconteceu ofende o sentimento de Justiça.

      Talvez, com o tempo, eles decifrem o sentimento, mas, por ora, tudo o que eles precisam é falar: “I’m mad as hell, and I’m not gonnna take this anymore!”

      -Check it out:

      Há um total blecaute midiático sobre o movimento, relata Avelar. Fox News, CNN e MSNBC, os três principais canais de notícias da TV a cabo, não noticiaram nada. As quatro principais emissoras da TV aberta, ABC, CBS, FOX e NBC, também não.

      Na seção de tecnologia de seu site, a CNN deu uma bizarra matéria que dizia que o movimento “tentava imitar o Irã”.

      O New York Times não deu uma linha no jornal propriamente dito, mas só uma notinha no blog.

      Muitos manifestantes falam em permanecer em Wall Street durante semanas ou meses, num grito de revolta contra o capital financeiro. Daqui a pouco, evidentemente, a polícia já não terá como fechar Wall Street, e é nisso que o movimento aposta.

      Há algumas fontes para acompanhar esse acontecimento. A tag no Twitter é #OccupyWallStreet. O Anonymous está postando vídeos. A pequena cadeia de televisão de Washington RT Television está cobrindo o evento. Também há notícias e vídeos no Scoop it.

      Dada a acumulação de revolta contra o capital financeiro nos EUA, o movimento tem muito potencial para crescer. Pode ser que fique interessante a coisa.

      A revista Fórum aproveitou o protesto em Wall Street para uma reportagem ampla sobre o Anonymoyus, que tem realizado ações políticas impactantes em vários cantos do mundo.

      Um movimento que não é de esquerda, de direita e nem de centro.

      Anonymous, lembra a Fórum, é um típico movimento nascido na era das redes e da revolução cibernética. Não tem hierarquia e, por isso, não tem líderes, liderados e figuras públicas. Não reconhece as organizações intermediárias e não vê muito motivo de ter bandeiras políticas.

      Mas, desde 2008, deram muito trabalho para empresas ou instituições públicas que têm atuado contra a liberdade na rede.

      Manifestantes toman as ruas de Nova York em protesto contra a ordem econômica. O primeiro alvo do grupo foi a Igreja da Cientologia, uma seita desconhecida no Brasil, mas que abriga vários pop-stars de Hollywood, como Tom Cruise e John Travolta.

      Depois vieram a Sony, o FBI, a Fox News, os governos da Tunísia, do Egito e da Espanha e, em julho, sites do governo brasileiro, que foram atacados por um braço do grupo que se autodenomina LuzlSec.

      Qual o significado dessas ações?, indaga a Fórum.

      Talvez mais do que buscar a resposta no conteúdo, nesse caso, vale mais olhar a forma.

      Essas ações podem significar que estamos entrando num outro campo das disputas pelo poder. No qual a ação do Anonymous é apenas uma amostra do que ainda está por vir.

      Um dos entrevistados da revista, o professor Sergio Amadeu, diz que os próximos conflitos serão entre redes de informação. O que chama de redes contra redes…..

      Como teria, segundo ele, acontecido no episódio da “Flotilha da Liberdade”, quando defensores da causa da Palestina e do Estado de Israel se enfrentaram na internet para convencer o maior número de pessoas para a sua causa.

      Sem dúvida, a dimensão e o cenário do ativismo político mudaram. Quais serão as consequências dessa mudança, ainda é cedo para responder.

      ————————————–

      Vc disse assim no seu post:

      – Por outro lado, eu achei o Occupy Wall Street genial: é pacífico, não causa problemas, apenas procura levantar uma bandeira de perspectiva. Nós somos o 99% do mundo e queremos um orçamento diferente. Se as guerras do novo século forem assim, estou feliz. –

      Ah… como eu queria, sim , – e aposto nesta mudança – de ativismo … > melhor …. é a inteligência substituindo a metralhadora…. – ! Acho q é isto q estamos vivendo, ou começando a viver .

      Eu acho tb q toda grande mudança é confusa no início… –

      Imagine q legal…. transferir estas guerras absurdas pelas não mais absurdas – porem menos sanguinarias – da internet ?

      Em vez de bombas teremos que construir Discernimento…..

      bj
      Fy

      Comment by Fy — 16/12/2011 @ 2:31 AM

  2. Aê Anarco, e o site?
    Fy, que saudade menina!
    Família toda à bordo? Muito bom!

    De cara, tá genial. ( tô apostando neste tal de Chris Rene tambem) . Vou ler com calma e volto aqui.

    abraço pra todos,
    João Pedro

    Comment by João Pedro — 15/12/2011 @ 4:23 AM

    • Digamos que o site esteja lock ‘n loaded pra ser lançado em 2012 e já esteja me permitindo um belo aprendizado filosófico. 😉

      As soon as we officially launch it, I’ll announce.

      Comment by Anarcoplayba — 15/12/2011 @ 4:59 AM

      • As soon as we officially launch it, I’ll announce.

        Tell me first, baby! Eu quero um convite pra premiere.
        Se não não vou!
        (brincadeira, tamo torcendo!)

        Fy, demais o post. O do Anarco tambem, tambem to cheia deste país. Só não concordo com o lance da maconha. Não por ser maconha, blás e tal , mas pela forma como o lance ficou generalizado.
        bjitos e bjinhos da Ju
        bjnhos Carolzinhaaaaaaaa

        Comment by Juliana — 15/12/2011 @ 10:34 AM

        • Esquecí que eu amooooo o Chris Rene, óilá a t- shirt aqui:

          Ju

          Comment by Juliana — 15/12/2011 @ 10:41 AM

          • É difícel não gostar dele.

            Alem do q ele é o retrato de tudo isto.

            bj
            Fy

            Comment by Fy — 16/12/2011 @ 2:40 AM

        • Aviso sim. Só não vale reclamar do template feio. É um projeto experimental e eu não quero gastar (mais) tempo e dinheiro com isso (ainda).

          Comment by Anarcoplayba — 15/12/2011 @ 10:41 AM

          • Ah… eu vou reclamar muiiiiito.

            muito.

            bj
            Fy

            Comment by Fy — 16/12/2011 @ 2:39 AM

  3. Bravo! Adorei a mocinha sentada em sua Executive Briefcase, Fy, seria um sucesso se alguem lançasse !Muito bem bolado!
    A sensação que temos é exatamente esta, a de estarmos sentados sobre as pastas das decisões deste 1% que na realidade, só está preocupado consigo mesmo, movidos por interesses que desconhecemos.

    Mas as coisas estão progredindo, e bem longe das discussões utópicas, o que se vê é o apoio crescente dos sindicatos ao movimento . Ele vem sob a forma de recursos e estrutura. É cedo para dizer no que vai dar essa combinação de organização e espontaneidade. Se estivessemos vivendo tempos normais, seria quase impensável a convergência entre o realismo economicista dos sindicatos americanos e um movimento em que predominem jovens universitários, e esta conturbada salada humana, Mas os Estados Unidos não vivem tempos normais. A crise trouxe não apenas o desemprego alto e prolongado, mas também o repúdio, em parte da sociedade americana, à crescente desigualdade social que marcou os últimos 30 anos. A coisa está ficando complicada e o Obama entre a cruz e a caldeirinha.

    Bel

    Comment by Isabel — 15/12/2011 @ 5:48 AM

  4. Que direita-esquerda nenhuma! Iso tá pra lá de ditadura. Ditadura do poder descontrolado, como são todas as ditaduras. Tomaram que ocupem as ruas do mundo inteiro. Viver e trabalhar com dignidade é direito de todos. Quanta gente agente conhece por aí que passa anos estudando e trabalhando que nem burro de carga, se forma e vai vender relógio paraguaio na praia?

    Não é só NY não, aqui por exemplo é muito pior.

    Basta olhar as escolas públicas, a saúde pública… a barraqueira toda espalhada por aí afora.

    Esta gente não come, não aprende, não mora e não tem como cuidar da saúde. Agente cansa de ver isto! Pelo menos não do jeito que nós entendemos .

    All streets!

    E sem repressão:“A repressão pode ser um estímulo para ir para a próxima fase: para chegar às comunidades, educação e organização, construindo uma sólida base popular para reverter o círculo vicioso que tem concentração de riqueza e poder, e que minou a democracia, prejudicando a grande maioria: 99%, para usar a terminologia do movimento “, disse o tal do Chomsky ( que é socialista, eu sei)

    Mas tambem vale não esquecer que muita politicagem vai se aproveitar do movimento.

    Legal pra caramba, Fy.
    bjinhos da Carol

    Comment by Carolina — 15/12/2011 @ 6:37 AM

    • Carol!

      Vou fundar um partido com vc de marqueteira!
      Bj

      [ Imagine se algum manifestante viesse passear por aqui… – aiaiai ]

      Comment by Fy — 15/12/2011 @ 11:12 AM

  5. Oi moçada, reativemos nosso bate papo, não sem-tempo, isto faz falta hahaha
    Não sei se vou gerar alguma polêmica, mas grifei 2 ou 3 parágrafos lá do von Mises que no meu entender tem muita relevância. Dei uma olhada lá no Anarcoplayba e me parece que ele disse algo similar, vamolá:

    O movimento de “ocupação” de Wall Street prospera e se expande baseando-se na alegação de que 99% da população é explorada pelo 1% restante. De fato, tal dado é uma realidade. Porém, os manifestantes erraram fragorosamente a identidade dos grupos. Eles imaginam que o problema está no 1% das pessoas mais ricas dos EUA. Mas a realidade é que este 1% inclui algumas das mais brilhantes e mais inovadoras pessoas do país — são as pessoas que inventam, comercializam e distribuem benefícios materiais para toda a população. São elas também quem detém o capital que sustenta a produtividade e o crescimento.

    Mas há um outro 1% na sociedade, que são aqueles que de fato vivem parasiticamente à custa da população, explorando os 99% restantes. E isso não é um fenômeno recente. Há uma longa tradição intelectual — iniciada ainda no final da Idade Média — que chama a atenção para a estranha realidade de que uma ínfima minoria vive à custa do trabalho produtivo da esmagadora maioria.

    Refiro-me obviamente ao estado, que mesmo hoje é formado por uma minúscula fatia da população, mas que é a causa direta de todas as guerras que nos empobrecem, da inflação, dos impostos, da organização da sociedade em grupos antagônicos e dos conflitos sociais. Este 1% é também a causa direta da violência, da censura, do desemprego e do vasto nível de indigência.

    ——————————-

    Eu acredito que um Movimento que pretenda relevância precisa, antes de mais nada, focalizar seu objetivo e compreender sua própria causa. Caso contrário, embora gerado por contingências inaceitáveis, acaba se perdendo, tambem, em uma total alienação à suas verdadeiras exigências.

    Você é rico: não presta! Não é bem assim, e todos sabem disto. Até porque o que todos reivindicam é sua parcela de riqueza, seu direito de proguedir. Não há como objetivar reinvindicações se desconhecemos as causas de nossos problemas ou as tornamos uma confusão.

    beijo a todos
    tio Guz

    Comment by Gustavo — 15/12/2011 @ 9:02 AM

    • Gustavo e Gab, perfeito.
      bjnhos
      Ju

      Comment by Juliana — 15/12/2011 @ 10:43 AM

    • Sabe Guz, o american-people tá começando a perceber que por baixo desta cantoria de Democracia pra lá e pra cá, eles estão é numa ditadura econômica gritante. Histérica…
      E foram bem enrolados, isto sim .
      bj
      Fy

      Comment by Fy — 15/12/2011 @ 11:07 AM

  6. Aloha Gustavo,

    Não creio que voce vá criar polêmica com teu ponto de vista. Qualquer argumento que possa discordar das tuas colocações, terá que apresentar, agente queira ou não, todos os príncípios do comunismo, socialismo e esquerdismo puro, como disse a Fy.
    Eu sou pelo Wall Street, ou pelo quer que seja que reivindique Possibilidades pra todos, possibilidades iguais. Quem souber ou conseguir aproveitar melhor, com certeza deve por direito, atingir metas mais previligiadas. Caso contrário é como plantar pra algum folgado colher. E quem diz o contrário, no mínimo é político que não a toa é sinônimo de filho da puta.
    Este é o caminho certo para o desastre. Liberdade é o que permite que os pobres se tornem ricos.
    Acho que a tal reivindicação é por Liberdade, sem esse papo comuna de Igualdade.
    Igualdade de renda… é conversa pra otário.
    Caso contrário seu valor, seu trabalho apenas engorda o Estado.
    O Estado é o meio pelo qual toda a sociedade é movida para a pobreza. Precisamos de menos Estado e mais liberdade.
    Vamos considerar um lance aqui, onde você gostaria de viver? Etiópia ou a Holanda? Etiópia tem maior igualdade de renda, de acordo com as estatísticas que calculam o tal esquisito do Gini coeffiicient .
    Outro exemplão : Tajiquistão ou na Suíça? O primeiro tem mais igualdade do que o último.
    Outra: Bangladesh ou Nova Zelândia? De acordo com os igualitários, devemos viver em um dos lugares mais pobres e lezados do planeta, comer merda e encher o Estado de caviar.

    Nesse ponto, eu dou alguns terços de razão pro Frank Miller , porque o que deve ter de nego encostado se fazendo de vítima, é brincadeira.
    Abraçoaê.
    Gabriel

    êê chuvão! Tocaio, quantos episódios voce pegou aí do How to make… ?
    Pra quem naõ viu, recomendo.

    Comment by Gabriel — 15/12/2011 @ 10:16 AM

    • Pegou 2 ou 3, Gab.

      d e m a i s – demais.

      bj
      Fy

      Comment by Fy — 15/12/2011 @ 11:03 AM

  7. completanto, tava lendo…

    O Anarcoplayba escreveu: As pessoas sabem que o que aconteceu ofende o sentimento de Justiça. Também vou por aí, mas só por aí.
    Lamento pelos inevitáveis caronistas .

    Comment by Gabriel — 15/12/2011 @ 10:23 AM

    • Claro Gab, vc e o Gustavo tem toda a razão, mesmo.

      Na trilha do Guz:

      Apenas veja os números coletados pelo último censo. A população dos EUA é de 307 milhões. Existem aproximadamente 20 milhões de funcionários públicos em todos os níveis de governo, o que dá 6,5% da população. Mas 6,2 milhões destas pessoas são professores de escolas públicas, os quais, creio eu, podemos dizer que não fazem parte realmente a elite dominante. Isso nos deixa então com 4,5% da população.

      Podemos retirar da conta mais meio milhão de pessoas que trabalham nos Correios, e provavelmente o mesmo número que trabalha nas várias repartições públicas. Provavelmente há um outro milhão que não trabalha em nenhum braço armado do estado, que é aquele responsável pela imposição e execução de ordens e decretos. E podemos descontar também o enorme e assombroso exército de burocratas que se limita apenas a fazer os trâmites da papelada. Governos municipais não geram problemas em escala nacional (geralmente), e o mesmo pode ser dito dos 50 estados. O problema real, portanto, está em nível federal (8,5 milhões de pessoas), do qual podemos subtrair toda a cornucópia de barnabés que se limita a cumprir mecanicamente tarefas puramente burocráticas.

      No final, ficamos com aproximadamente 3 milhões de pessoas, as quais constituem o que é comumente chamado de estado. Para resumir, podemos simplesmente dizer que estas pessoas formam o 1% que manda e desmanda.

      Este 1% não gera absolutamente nenhuma riqueza própria. Tudo o que eles têm, eles conseguiram confiscando diretamente de terceiros. E tudo sob o manto da lei. Eles vivem totalmente à nossa custa. Sem nós, o estado como instituição definharia.

      http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1134

      Muito legal este artigo : só o título já bagunça este lance meio q comprometido com o socialismo…. – taí o perigoso….

      http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1134

      bj
      Fy

      Comment by Fy — 15/12/2011 @ 11:02 AM

    • Eu tambem vou por aí .

      Ou seja : um movimento que denuncia “tardiamente”… que os Estados Unidos foram sequestrados por uma elite indiferente à maioria da sociedade , – não dá pra negar – que o governo americano é um consumista voraz, que a farra fiscal tem sido ilimitada e que a desigualdade no país agrava-se tanto que a próxima geração corre o risco, pela primeira vez na história americana, de viver em condições menos favoráveis que a geração anterior é canhoto ? ou destro ? Ou é simplesmente indignação e revolta ?

      Eu não entendo isto como direitismo ou esquerdismo , entendo como um basta que deveria ser tratado com relevante importância .

      É óbvio que sou a favor da democracia. É óbvio que acredito sim no capitalismo. Mas não acredito em sistemas fechados . Tanto a democracia, qto o capitalismo são sistemas que devem ser natural e contínuamente aprimorados e não estagnados e sumariamente completos como o foram e são seus sistemas adversários , com os quais estão cada vez mais-mais parecidos .

      É impressionante a quantidade de absurdos que se lê quando se fala em inovações. As palavras Che Guevara, comunismo, Stalin , ateísmo , esquerdismo …. parecem brotar feito capim dos cérebros viciados em não pensar.

      A análise deste movimento não pode mesmo cair na armadilha oportunista destes caronistas loucos pra se promoverem .

      bj
      Fy

      Comment by Fy — 15/12/2011 @ 11:23 AM

      • Eu tambem entendo como um BASTA .
        Mas tambem me preocupo com esta aparência de bagunça e desorganização. Isto faz com que o movimento perca força e se torne vulnerável as interpretações negativas.
        Abraços
        Marília

        Comment by Marília — 16/12/2011 @ 12:31 AM

        • Oi Marília, kd a Sofia ?

          Vamos torcer pra coisa se tornar mais organizada. Tb acho q o risco é este.

          bj
          Fy

          Comment by Fy — 16/12/2011 @ 2:34 AM

  8. Excelente post, Fy!

    A manifestação aparenta um aspecto difuso, talvez em função de ter brotado espontaneamente, sem a liderança de uma organização ou de um movimento com “grife” conhecida; o que ao meu ver a legitimiza mais ainda. Mas, à medida em que o tempo passe, é provável que essas pessoas das mais variadas matizes e origens acabem por se unir em torno de um grupo fundador de alguma associação ou coisa parecida.

    A história nos mostra que as crises do capitalismo são cíclicas e inerentes ao próprio sistema – Karl Marx se valeu desta ideia para construir sua teoria econômica, a qual se por um lado produziu conclusões políticas bastante reprováveis, por outro lado possui um modo de estudo bastante pertinente sobre o capitalismo – continuando: Porém, esta é uma crise que guarda características bastante peculiares, as quais chamam a atenção, principalmente se levarmos em consideração as causas que a produziu, oriundas basicamente da ganância desenfreada de especuladores com grande influência no governo e congresso americanos, que se beneficiaram do excesso de desregulamentação do laissez-faire americano, traduzido no credo neoliberal que procuraram empurrar goela abaixo para o restante do mundo de que tudo seria resolvido pelo deus mercado. E como vimos a coisa não é bem assim.

    Agora os pobres e a classe média pagam a conta com desemprego e estagnação econômica. Enquanto isso na sala de injustiça – parafraseando um desenho animado da minha infância Super Amigos, falando em quadrinhos…rsrs – os grandes operadores do mercado dividem seus generosos bônus.

    Tais movimentos são saudáveis para o desenvolvimento da democracia, onde quer que eles surjam, porém, no caso americano precisa-se saber o quanto de representantes dos grandes banqueiros e aproveitadores está presente na CIA- braço político e no FED-braço econômico, que são quem de fato governam os EUA. Ah…aquela direita cristã é uma piada, que só é levada a sério pelo sistema político, a fim de legitimar mais ainda os atuais ocupantes da Casa Branca, que fazem o jogo do grande capital e que não chegou ali para “consertar tudo de uma hora para outra”, apesar do “yes, we can”.

    Comment by billy shears — 15/12/2011 @ 2:31 PM

    • Hi Billy!

      Saudades.

      Concordo com tudo. Tadinho do Obama. É uma confusão atrás da outra! Eu lamento…. que presidência mais absurda !

      bj
      Fy

      Comment by Fy — 16/12/2011 @ 2:38 AM

    • Bom dia Billy, eu vou aproveitar que hoje trabalho em casa, graças ao capitalismo desenfreado e abençoado que me permite ter estas geringonças divinas que me permitem não enfrentar o zoológico frenético das 500 milhas entre minha casa e a agência.

      Eu gostei muito do seu comentário, seu e do Marques, Gustavo, Renato, porque pude sentir que não há em nenhum destes uma certa ingenuidade que percebo no OWS.

      Como lí alguns “discursos” não vou me importar com o tamanho do meu.

      Antes mesmo de começar a discutir a questão, creio que é preciso fazer uma espécie de limpeza retórica, porque a primeira coisa que me chama a atenção é que uma crise financeira dos países capitalistas parece ser suficiente para condenar a ideia mesma de capitalismo, ao passo que os genocídios da China, da URSS, do Camboja, do Vietnã e até do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães não parecem suficientes para questionar a viabilidade, para nem falar da moralidade, do que seria o sistema rival, o socialismo.

      Hoje em dia você pode dizer que o socialismo deu errado na URSS por causa de Stálin, mas, francamente, isso me parece um tanto similar a dizer que foi Hitler que estragou o nazismo, que o nazismo merece credibilidade apesar de Hitler.

      E o mais engraçado é que defender Lênin, que também não era nenhum anjinho, é de certo modo defender a liberalização econômica, porque era isso que ele estava fazendo quando teve de abandonar o poder por causa da saúde.

      A segunda observação importante é que o termo “capitalismo” foi criado por Karl Marx.

      É um termo pejorativo, que indica a dominação do capital.

      Isso não é muito diferente do que acontece com a palavra “neoliberal”.

      Eu nunca vi, e já trabalhei em duas organizações explicitamente dedicadas à defesa do liberalismo econômico, alguém que dissesse: “eu sou neoliberal”.. Mas é verdade que existem pessoas que se dizem “capitalistas”.

      A diferença é que quando uma pessoa se diz “capitalista”, ela não está se dizendo a favor da dominação do capital, mas a favor de um sistema de trocas livres.

      Quer dizer, o termo “capitalista” muda de sentido dependendo de quem está falando.

      Eu mesmo não defenderia a dominação do capital, que sob muitos aspectos efetivamente existe, ainda que não na forma parcial imaginada pelos manifestantes lá de Wall Street, mas um capitalismo mais livre, que seria melhor denominado simplesmente de liberalismo.

      Esse liberalismo, sobretudo como posição ética, é que provavelmente ajudaria a consertar o capitalismo e a conter suas crises.

      O “capitalismo” no sentido positivo, ou o liberalismo, seria basicamente um sistema de trocas baseado na especialização de cada participante. Eu traduzo, você faz pontes, nós vendemos nossos serviços uns aos outros. Esse sistema é tão natural que nem mesmo o socialismo conseguiu destruí-lo.

      O sistema coletivista da URSS apenas criou um mercado negro paralelo cujos preços eram artificialmente elevados.

      Por isso também eu mesmo defendo menos interferência dos governos, e acho que eles devem proteger mais os consumidores do que as empresas.

      Proteger os consumidores e não as empresas seria, por exemplo, não aumentar o IPI de carros importados não sei de onde para que você possa pagar mais caro por um carro só porque ele foi gloriosamente produzido no Brasil.

      O nacionalismo está sempre ligado à ideia de que enriquecer os empresários locais é de algum modo moralmente superior a enriquecer um empresário estrangeiro, mesmo que o estrangeiro tenha um produto melhor e mais barato.

      Os manifestas de Wall Street me despertam simpatia, sim, mas existe um grave equívoco, que é a parcialidade do movimento.

      Não faz sentido ocupar Wall Street sem ocupar também Washington e sobretudo o Fed, o Banco Central americano. A crise americana não foi produto exclusivo de gananciosos especuladores, mas a obra conjunta de investidores e de burocratas.

      De um lado, o Fed combateu crises aumentando a liquidez da economia; ainda desse mesmo lado, o governo federal americano estimulou o crédito imobiliário para pessoas que não poderiam pagar.

      Do outro lado, os financistas aproveitaram os incentivos que tinham.

      É o efeito do multiplicador bancário: o banco empresta o seu dinheiro a partir da crença de que você não vai sacá-lo. Ter um banco é gerenciar esses riscos e de fato os bancos americanos chegaram a emprestar, em alguns casos, 200 vezes aquilo que efetivamente possuíam.

      Mas, voltando ao caso americano e à participação do governo, metade das dívidas podres estava nas mãos de dois bancos imobiliários do governo, e já havia a ideia de que qualquer perda seria compensada com as famosas injeções de liquidez: o governo ia botar mais dinheiro na economia.

      Nesse ponto, devo observar que ao menos um manifestante de Wall Street até de maneira um pouco filosófica, exibindo um cartaz que pedia o fim da moeda fiduciária.

      É verdade que essa crise só poderia acontecer num sistema de moeda fiduciária sem lastro. E por quê? É só olhar o nome da moeda: ela é fiduciária, baseada em fé, em credibilidade, em crédito.

      Contudo, devo interromper a mim mesmo para dizer que não vou defender aqui o padrão-ouro. Essa digressão é relevante porque sempre que um liberal começa a falar da moeda fiduciária alguém espera que ele venha defender o padrão-ouro. Primeiro, até onde sei, o sistema do padrão-ouro também tem seus problemas. Tudo tem suas vantagens e desvantagens próprias. Segundo, porque eu não acredito que o ouro tenha um valor intrínseco. Nada tem valor por si; todo valor é atribuído. Mas esse valor também não é aleatoriamente atribuído; daí é que vem a credibilidade. Você dá credibilidade ao emissor da moeda e à sua capacidade de honrar suas dívidas.
      Isso não é tão distinto da experiência comum de um profissional do setor privado. Observe um tradutor, por exemplo. O valor que ele cobra dos seus clientes depende de sua credibilidade, isso é, de eles estarem convencidos de que ele vai entregar um bom trabalho num prazo razoável e sem apresentar dificuldades. E não enviar um texto cortado, dizendo que não conseguiu traduzir uma parte – isso é, não ficar dando desculpas. Do mesmo modo, qual moeda tem mais valor? A moeda emitida pelo governo que tem mais credibilidade. Essa credibilidade, no caso de um governo, não vem só das agências de rating, que aliás reduziram a credibilidade do governo americano enquanto pagador de dívidas de super ultra deluxe premium plus para apenas super ultra deluxe premium.

      A credibilidade vem de diversos fatores. Da segurança jurídica americana. Da facilidade de fazer negócios. Não vou dizer que os EUA sejam perfeitos, até por causa das crises. Mas o fato de que, há quinze dias, uma Europa em crise por causa da Grécia fazia o dólar subir de preço mostra quanta credibilidade os EUA têm. A politização da moeda começa aí mesmo, ela é emitida por um governo e as pessoas vão ver como esse governo se comporta.

      É importante observar que não apenas os EUA recebem os maiores fluxos de dinheiro, como também recebem os maiores fluxos de imigrantes. Quando a coisa aperta, você confia em ir para os EUA. Os EUA em crise, com duas guerras, com Wall Street ocupada, parecem melhores do que todos os demais países do mundo, na opinião da maioria dos imigrantes, porque lá é fácil trabalhar, empreender, ter um negócio, ser muçulmano, ser ateu, e até comprar um busto barato de Stálin para colocar na sala de jantar se você quiser.

      É muito engraçado que o país que representa o capitalismo no mau sentido de Marx, inclusive num mau sentido justo, devido às estripulias financeiras, seja o país para o qual as massas oprimidas do mundo fogem assim que têm chance.

      Credibilidade é isso.

      Você não vai me contratar porque eu prometo uma tradução boa, vinda do mundo melhor futuro a ser construído. Você vai me contratar porque, veja, aqui está a tradução, ela pode ter erros (todas têm), mas ela é bem melhor do que as alternativas realmente existentes.
      Com toda a sua perversidade financeira, o capitalismo realmente existente é melhor do que todas as outras alternativas que existem no mundo concreto, isso na opinião de investidores e de imigrantes.

      Num certo sentido, perguntar se o sistema financeiro internacional realmente existente tem conserto é pedir por duas respostas.

      A primeira, filosófica demais, é: claro que não, porque nada que é humano tem conserto, estamos fadados à nobre arte de empurrar com a barriga e minimizar as perdas em todos os casos materialmente possíveis. Nesse ponto, aliás, o sistema econômico descentralizado se mostrou tão mais eficaz em poupar vítimas que compará-lo com o sistema de economia planejada, ou socialismo, me parece até patológico num sentido dostoievskiano. Há cem anos um marido alcoólatra espanca a mulher e você quer lhe dar mais uma chance só porque ele toca “Imagine” do John Lennon no piano e você se derrete.

      A segunda resposta de certo modo decorre da primeira: algum ajuste será feito, mas não necessariamente será positivo. Os políticos sempre aproveitam as crises para botar a culpa no setor privado e aumentar seu poder. Não esqueço da sinistra frase de Rahm Emanuel, que hoje é prefeito de Chicago e foi o primeiro Chefe de Gabinete (Chief of Staff) de Barack Obama: “nunca devemos deixar de aproveitar uma crise grave” (“you should never let a serious crisis go to waste”).

      Claro que poderia ser feito algum ajuste positivo. Mas acho que se eu soubesse elaborar um ajuste convincente, específico, que fosse além do feijão com arroz que os liberais sempre repetem, meu nome estaria na lista de indicados ao Nobel.

      De todo modo, imagino que diminuir a alavancagem dos bancos seja importante, ainda que isso talvez viesse a custar em termos de prosperidade e nenhum político quer enfrentar a dureza de um ajuste deflacionário. Nenhum presidente ou candidato a presidente vai querer bater no peito e dizer que no governo dele vamos tomar o remédio amargo e cortar despesas. Além disso, considero fundamental que bancos e banqueiros respondam com seu capital privado. Assumir um risco não é em si um mérito que pede recompensa; é preciso arcar com os prejuízos. Até porque sempre somos mais prudentes com o nosso próprio dinheiro.

      Por isso é que o capitalismo, tomado como a associação perversa entre bancos centrais e financistas para manipular riscos e moedas, pode ser amplamente melhorado pelo liberalismo, por um governo mais estável, que tenha regras mais claras, que dê segurança jurídica, que não impeça a iniciativa individual (eu mesmo preciso de um alvará da prefeitura para traduzir em casa, isso é, eu preciso de uma autorização do governo para escrever no meu computador), que não queira planejar nem dirigir a economia, que não favoreça os grandes empresários.

      É claro que existe algo de utópico nisso no sentido de que nunca haverá um país perfeitamente liberal, mas esse é um ideal mais realizável, ou ao menos é um ideal ao qual se pode tender. Tanto é que os países que mais tendem a ele são os mais prósperos, em que, novamente, os imigrantes do mundo escolhem morar.

      Aqui mesmo no Brasil poderíamos ajustar nossa estrutura tributária, melhorar a facilidade de fazer negócios, de empreender, cortar subsídios diretos e indiretos a grandes empresas, derrubar as alianças entre o setor privado que vive de dinheiro fácil do Estado e o Estado que vicia o setor privado por meio de grandes projetos, e criar um capitalismo mais liberal, que seria melhor para todos, e não só para meia dúzia de políticos, de banqueiros e de empresários .

      Abraço aê pra quem tiver saco de ler
      João Pedro

      Comment by João Pedro — 16/12/2011 @ 10:51 PM

  9. Permitindo-me a franqueza, não compreendi realmente o verdadeiro escopo desse movimento de protesto, ou melhor, as ferramentas pelas quais buscam objetivar suas reivindicações. Termino sempre minha observação com a mesma cena em mente, macacos tentando convencer leões a tornarem-se vegetarianos e deixarem de comer macacos entre um antílope e outro, contudo leões serão eternamente leões.

    A influência corporativa é marca registrada dos americanos desde que se organizaram como nação, foi através dessa influência que teias de arquitetura econômica que visa a obtenção de lucro sobre operações foram costuradas, e isso foi erigido ao ponto do próprio governo se fundir nesse ideal empresarial e através desse mecanismo criar um meio de controle da massa pela economia, estendendo esse teia a uma abrangência mundial [estendimento esse promovido hora ou outra por meios de imposição da supremacia militar, supremacia essa que por si mesma é sustentada por engodo econômico]. Somente uma vez na história vimos parte dessa teia frágil ser quebrada, a crise de 1929, e também com essa quebra vimos o poder de destruição a uma população mundial faminta.

    Então se lutam contra a preposição exposta acima, não consigo entender a funcionalidade de insistir que leões tornem-se vegetarianos com protestos aos arredores de sua jaula. Um exemplo simples foi todo o movimento árabe, quão frustrante deve ser o sono daqueles que trocaram uma ditadura por outra.
    Se um sistema não pode ser totalmente explicado por alguém que esteja preso junto a ele, tão pouco pode ser modificado, mas ainda nos resta a esperança de que possa ser destruído e reinventado.

    Vejo com completo entusiasmo esse movimento, só acredito que todo esse vigor por mudanças deveria se traduzir em atitudes mais concretas em termos de realização daquilo que se propõem mudar, algo menos inocente.

    Por pensar assim que afirmo totalmente minha concordância com as palavras do Gustavo logo acima : “Eu acredito que um Movimento que pretenda relevância precisa, antes de mais nada, focalizar seu objetivo e compreender sua própria causa. Caso contrário, embora gerado por contingências inaceitáveis, acaba se perdendo, tambem, em uma total alienação à suas verdadeiras exigências. “.

    Apenas uma opinião,

    Abraços

    Marques Patrocínio

    Comment by Marques Patrocínio — 15/12/2011 @ 7:20 PM

    • Beijo !
      Fy

      Comment by Fy — 16/12/2011 @ 2:35 AM

      • Ótimo comentário, Marques, penso da mesmíssima forma mas não conseguiria me expressar tão bem.

        … não compreendi realmente o verdadeiro escopo desse movimento de protesto, ou melhor, as ferramentas pelas quais buscam objetivar suas reivindicações. Termino sempre minha observação com a mesma cena em mente, macacos tentando convencer leões a tornarem-se vegetarianos e deixarem de comer macacos entre um antílope e outro, contudo leões serão eternamente leões.

        .
        Então se lutam contra a preposição exposta acima, não consigo entender a funcionalidade de insistir que leões tornem-se vegetarianos com protestos aos arredores de sua jaula. Um exemplo simples foi todo o movimento árabe, quão frustrante deve ser o sono daqueles que trocaram uma ditadura por outra.
        Se um sistema não pode ser totalmente explicado por alguém que esteja preso junto a ele, tão pouco pode ser modificado, mas ainda nos resta a esperança de que possa ser destruído e reinventado.

        .

        Tentando entender as causas, como disse o Gustavo:

        A revista Foreign Affairs, que reflete as preocupações da intelligentsia norte-americana (tanto à esquerda, quanto à direita) publica, em seu último número, excelente ensaio de George Packer – The broken contract; Inequality and American Decline. Packer é um homem do establishment. Seus pais são professores da Universidade de Stanford. Seu avô materno, George Huddleston, foi representante democrata do Alabama no Congresso durante vinte anos.

        O jornalista mostra que a desigualdade social nos Estados Unidos agravou-se brutalmente nos últimos 33 anos — a partir de 1978. Naquele ano, com os altos índices de inflação, o aumento do preço da gasolina, maior desemprego, e o pessimismo generalizado, houve crucial mudança na vida americana.

        Os grandes interesses atuaram, a fim de debitar a crise ao estado de bem-estar social, e às regulamentações da vida econômica que vinham do New Deal. A opinião pública foi intoxicada por essa idéia e se abandonou a confiança no compromisso social estabelecido nos anos 30 e 40.

        De acordo com Packer, esse compromisso foi o de uma democracia da classe média. Tratava-se de um contrato social não escrito entre o trabalho, os negócios e o governo, que assegurava a distribuição mais ampla dos benefícios da economia e da prosperidade de após-guerra — como em nenhum outro tempo da história do país.

        Um dado significativo: nos anos 70, os executivos mais bem pagos dos Estados Unidos recebiam 40 vezes o salário dos trabalhadores menos remunerados de suas empresas. Em 2007, passaram a receber 400 vezes mais. Naqueles anos 70, registra Packer, as elites norte-americanas se sentiam ainda responsáveis pelo destino do país e, com as exceções naturais, zelavam por suas instituições e interesses.

        Havia, pondera o autor, muita injustiça, sobretudo contra os negros do Sul. Como todas as épocas, a do após-guerra até 1970, tinha seus custos, mas, vistos da situação de 2011, eles lhe pareceram suportáveis.

        Nos anos 70 houve a estagflação, que combinou a estagnação econômica com a inflação e os juros altos. Os salários foram erodidos pela inflação, o desemprego cresceu, e caiu a confiança dos norte-americanos no governo, também em razão do escândalo de Watergate e do desastre que foi a aventura do Vietnã.

        O capitalismo parecia em perigo e isso alarmou os ricos, que trataram de reagir imediatamente, e trabalharam — sobretudo a partir de 1978 — para garantir sua posição, tornando-a ainda mais sólida. Trataram de fortalecer sua influência mediante a intensificação do lobbyng, que sempre existiu, mas, salvo alguns casos, se limitava ao uísque e aos charutos. A partir de então, o suborno passou a ser prática corrente. Em 1971 havia 141 empresas representadas por lobistas em Washington; em 1982, eram 2445.

        A partir de Reagan a longa e maciça transferência da renda do país para os americanos mais ricos, passou a ser mais grave. Ela foi constante, tanto nos melhores períodos da economia, como nos piores, sob presidentes democratas ou republicanos, com maiorias republicanas ou democratas no Congresso. Representantes e senadores — com as exceções de sempre – passaram a receber normalmente os subornos de Wall Street. Packer cita a afirmação do republicano Robert Dole, em 1982: “Pobres daqueles que não contribuem para as campanhas eleitorais”.

        Packer vai fundo: a desigualdade é como um gás inodoro que atinge todos os recantos do país — mas parece impossível encontrar a sua origem e fechar a torneira. Entre 1974 e 2006, os rendimentos da classe média cresceram 21%, enquanto os dos pobres americanos cresceram só 11%. Um por cento dos mais ricos tiveram um crescimento de 256%, mais de dez vezes os da classe média, e quase triplicaram a sua participação na renda total do país, para 23%, o nível mais alto, desde 1928 – na véspera da Grande Depressão.

        Esse crescimento, registre-se, vinha de antes. De Kennedy ao segundo Bush, mais lento antes de Reagan, e mais acelerado em seguida, os americanos ricos se tornaram cada vez mais ricos.

        A desigualdade, conclui Packer, favorece a divisão de classes, e aprisiona as pessoas nas circunstâncias de seu nascimento, o que constitui um desmentido histórico à idéia do american dream.

        E conclui: “A desigualdade nos divide nas escolas, entre os vizinhos, no trabalho, nos aviões, nos hospitais, naquilo que comemos, em nossas condições físicas, no que pensamos, no futuro de nossas crianças, até mesmo em nossa morte”. Enfim, a desigualdade exacerbada pela ambição sem limites do capitalismo não é apenas uma violência contra a ética, mas também contra a lógica. É loucura.

        Ao mundo inteiro — o comentário é nosso — foi imposto, na falta de estadistas dispostos a reagir, o mesmo modelo da desigualdade do reaganismo e do thatcherismo. A crise econômica mais recente, provocada pela ganância de Wall Street, não serviu de lição aos governantes vassalos do dinheiro, que continuaram entregues aos tecnocratas assalariados do sistema financeiro internacional.

        A Sacanagem explícita:
        Ainda ontem, Mário Monti, homem do Goldman Sachs, colocado no poder pelos credores da Itália, exigia do Parlamento a segurança de que permanecerá na chefia do governo até 2013, o que significa violar a Constituição do país, que dá aos representantes do povo o poder de negar confiança ao governo e, conforme a situação, convocar eleições.
        Abraço a todos
        (tio) Renato

        Comment by Renato — 16/12/2011 @ 4:43 AM

        • Renato,

          “Ao mundo inteiro — o comentário é nosso — foi imposto, na falta de estadistas dispostos a reagir, o mesmo modelo da desigualdade do reaganismo e do thatcherismo. A crise econômica mais recente, provocada pela ganância de Wall Street, não serviu de lição aos governantes vassalos do dinheiro, que continuaram entregues aos tecnocratas assalariados do sistema financeiro internacional.”

          Exatamente por constações como essa é que somos imediatamente obrigados a reverenciar Willa Cather quando a mesma afirma em razão que “Economia e arte não se conhecem”. Somente a arte poderia incutir reações criativas a esses estadistas ineptos !

          Abraços,

          Marques Patrocínio

          Comment by Marques Patrocínio — 18/12/2011 @ 2:42 PM

    • ‘Se um sistema não pode ser totalmente explicado por alguém que esteja preso junto a ele, tão pouco pode ser modificado, mas ainda nos resta a esperança de que possa ser destruído e reinventado.’

      Marques voce me lembrou um livro que Lyotard publicou em 1979, A condição pós-moderna. Não sei se voce teve a curiosidade, mas é bem interessante . Ele considerava que “a chegada da pós-modernidade ligava-se ao surgimento de uma sociedade pós-industrial na qual o conhecimento tornava-se a principal força econômica de produção, embora ele tivesse perdido suas legitimações tradicionais”.

      Ele diz que a ciência entrava, nesse período, em um jogo de igualdade que não chamava mais a si qualquer privilégio sobre os conhecimentos comuns:

      ‘Com a condição pós-moderna, Lyotard anunciou o eclipse de todas as narrativas grandiosas. Aquela cuja morte ele procurava garantir, acima de tudo era, claro, a do socialismo clássico, mas também inclui a redenção cristã, o progresso iluminista, a unidade romântica, etc.’

      De acordo com ele a pós-modernidade não constitui o início de uma nova era por oposição à anterior – a modernidade – mas antes o evoluir natural dos traços que definem esta última. “A pós-modernidade oferece-nos a possibilidade de uma visão crítica da modernidade. Não o fim da modernidade, mas a possibilidadede uma modernidade reconstruída”
      Porém, para além da esquerda e da direita materialistas, novos esquemas ideológicos se estão a formatar com base nestas dimensões e no necessário reajustamento a que a evolução recente da realidade social compele.

      Sanfelice , mais ou menos em 2003, não me recordo bem, citando Jameson, um cara que se tornaria referência na área, leva-nos prestar atenção em alterações objetivas da ordem econômica do capital como, por exemplo, a explosão tecnológica em rumo a uma nova subjetividade que se mostra pela perda de qualquer senso ativo de história, seja como esperança, seja como memória. Aspectos que nos evidenciam o período pós-moderno, dentre outras coisas, como a expressão de uma cultura da globalização e da sua ideologia neoliberal, porque a base material da pós-modernidade caracteriza-se, justamente, pela globalização econômica. Nas palavras, literais, de Jameson lemos:

      ‘Na verdade, um modo de marcar a ruptura entre os períodos e de datar o surgimento do pós-modernismo é precisamente encontrado nisto: no momento (pensado no início da década de 1960) no qual a posição do alto modernismo e sua estética dominante se tornaram estabelecidas na academia e, a partir de então, percebidas como acadêmicas por toda uma nova geração de poetas pintores e músicos.
      Porém, também é possível chegar à ruptura pelo outro lado, um modo que descrevo em termos dos períodos da recente vida social. Conforme sugeri, tanto marxistas quanto não marxistas se deparam com um sentimento geral de que em certo ponto, logo após a Segunda Guerra Mundial, um novo tipo de sociedade começou a surgir (descrita de várias maneiras como sociedade pós-industrial, capitalismo multinacional, sociedade de consumo, sociedade de mídia, e assim por diante).
      Acredito que o surgimento do pós-modernismo está intimamente relacionado com o surgimento desse novo momento do capitalismo tardio de consumo ou capitalismo multinacional.’

      O termo pós-modernismo remete-nos para um “quadro não coerente de conceitos erigidos em torno de um princípio central. Se o modernismo era essencialmente objetivo, o pós modernismo é em grande parte subjetivo.”
      De acordo com o autor, enquanto os iluministas rejeitavam a autoridade e a tradição substituídas pela ciência e pela razão no estabelecimento de uma nova ordem, os pós modernistas assumem a idéia da experiência coletiva, anárquica e anônima: coloca em segundo plano as distinções e acentua o modo de fusão dos elementos sociais:

      Para o pós-modernista o mundo não tem sentido, por isso não devemos tentar atribuir-lhe sentido. Precisamos contentar-nos com as micro-narrativas sobre pequenos segmentos da nossa experiência sem pretender a sua universalidade. Os pós-modernistas se opõe às grandes narrativas, porque elas deixaram de ser críveis. Para eles a história sangrenta e os muitos horrores do século vinte, mostram que o progresso humano é ilusório.
      Abraço.

      Daqui o amanhecer foi absurdamente lindo, tá parecendo que vamos ter SOL !!!
      Beijo a todos
      Tio Guz

      Comment by Gustavo — 16/12/2011 @ 11:10 PM

      • Gustavo,

        Excelente exposição de Lyotard!

        Na covardia da experimentação de fusão dos elementos sociais é que reside a representação desse momento em que vivemos, e nunca tivemos oportunidade maior (exceto talvez no período final da queda do império romano) de assumir essa experiência coletiva, anárquica e anônima. Contudo, continuaremos na insensatez de na falta de um sentido para mundo forjamos um usando a economia como forno, a política como força e a alienação como forma.

        Continuemos em nossa insistência infantil de buscar soluções imediatas para causas imediatas, i.e., grito em protesto somente quando o protestado me atinge diretamente, quando tira meu crédito, minha casa e meu emprego, mas quando tudo voltar ao normal com a “GRAÇA DE DEUS” permaneço diante minha TV de 69 Polegadas financiado em 231 prestações a juros cômodos. É triste, mas o condicionamento do daí meu osso que abano o rabo, é o que gera a inércia da representação de um dia tedioso e sem sol.

        Abraços,

        Marques Patrocínio

        Comment by Marques Patrocínio — 18/12/2011 @ 3:24 PM

    • Se um sistema não pode ser totalmente explicado por alguém que esteja preso junto a ele, tão pouco pode ser modificado, mas ainda nos resta a esperança de que possa ser destruído e reinventado.

      è verdade Gustavo, esta é ” mais uma ” das frases do Marques” que merece um post !

      Estes trechos do Lyotard são ferozes. Estamos mesmo em algum ponto indefinido entre os Fintstones e os Jetsons…. lí por aí .

      Eu reverencio qualquer grito que clame por mudanças, que evidencie nossa importância, como seres humanos. Que nos liberte desta conformidade vássala [ existe isto ? ] que nos submete a “qualquer” conceito subjetivo , fabricado e irreal. Chega de historinhas…. – que nos reduzem a zumbis narcotizados e indiferentes à realidade.

      Pra quebrar a monotonia [ vou imitar o Billy ] : – Vamos escutar o Homem > talvez isto seja Occupy Wall Street .

      bjs pra todos : vamoproSol!

      Fy

      Comment by Fy — 17/12/2011 @ 12:59 AM

  10. Bom Dia SP da garoa… e da luz acesa iluminando a morning molhada da paulicéia desvairada como sempre.

    Marques, concordo totalmente com voce e com o Gustavo e claro, considero os apontamentos do Gab.
    Voce disse assim: Vejo com completo entusiasmo esse movimento, só acredito que todo esse vigor por mudanças deveria se traduzir em atitudes mais concretas em termos de realização daquilo que se propõem mudar, algo menos inocente.

    Eu aposto nesta evolução tambem. Até trouxe aqui, uma reportagem, que eu lí há um tempo atrás e ontem, conseguiiii encontrar que evidencia alguns pontos da origem e início deste OWS. A coisa surgiu de uma situação tão absurda, e tão progressiva em sua absurdidade que justifica este desengonço em sua manifestação. Enfim, o que eu quero fazer notar é que está havendo um remodelamento e eu acredito que (tomara…) o movimento encontre uma solicitação mais consistente que abranja toda sua insatisfação e indignação. Eu adoro ouvir “indignação e insatisfação” , só por isto já merece meu aplauso. Acho que de qualquer forma, nós brasileiros, eternamente deitados em berço esplêndido em apatia imbecilizada, podíamos nos inspirar. Hey lá:

    – outubro de 2011 / Vinicius Carvalho

    Está difícil ser jovem nos EUA

    Na última semana, milhares de americanos se reuniram em Nova York para protestar contra a especulação financeira e a escalada do desemprego nos Estados Unidos. Pelo menos 700 pessoas foram presas, ajudando a alastrar o movimento para cidades como Boston, Chicago, Los Angeles e São Francisco. A maioria era jovem, e tinha lá bons motivos para indignar-se.

    Pela primeira vez na história, as dívidas estudantis contraídas nos Estados Unidos superaram as dívidas dos americanos com cartões de crédito. A previsão é de que ela alcance US$ 1 trilhão ainda este ano, levando bancos e fundos de investimento a emitirem alertas de um novo risco de default. O medo é de calote, e desta vez por parte da juventude americana.

    Segundo contas feitas pelo New York Times, é como se cada americano que precisou de empréstimo para pagar um bacharelado universitário devesse, em média, 24 mil dólares. Dívida demais para uma juventude arrochada pelo desemprego, que contrai empréstimos para estudar mas não consegue trabalho para pagá-los.

    Desde 2007, segundo dados oficiais compilados pela Children Defense Fund, a taxa de desemprego para jovens de 16 a 29 anos cresceu até 80% nos Estados Unidos. Os mais afetados foram jovens de até 20 anos – os teens americanos -, que viram seus níveis de emprego caírem de 45,5%, em 2000, para 27% em 2010.

    O revés comeca a afetar a popularidade de Obama junto a este quinhão importantíssimo do eleitorado. Afinal, sua promessa de esperança é tida por analistas como uma das principais razões para fazer, da última eleição, o pleito com maior participação juvenil da história presidencial americana: 23,4 milhões de pessoas, ou quase um em cada cinco votantes. À época, Obama abocanhou 66% dos votos dos eleitores com até 30 anos. E se então a esperança vencia o medo, não é bem o que parece suceder hoje.

    Em consulta nacional realizada este ano pela organização Generation Oportunity com americanos de 19 a 29 anos, 44% dos entrevistados disseram desaprovar a forma como Washington vem conduzindo a crise de desemprego juvenil nos Estados Unidos, contra 31% de aprovação. Ainda mais sintomático, 77% destes mesmos jovens disseram estar adiando mudanças substanciais de vida devido às atuais restrições econômicas, ao passo que 27% admitem ter deixado para depois a volta à escola ou a programas de qualificação profissional.

    Tudo isso já seria motivo para muito pessimismo, não fosse outro fator igualmente decisivo no tabuleiro americano. Do lado desta crise está outra, ideológica, que florece do medo infundido pela política antiterror inaugurada desde os atentados de 11 de setembro.

    Segundo pesquisa realizada em junho deste ano pelo instituto Poll Harris, 42% dos adolescentes americanos disseram ter medo de que um ataque terrorista aconteça perto deles, ao passo que um em cada três se diz menos otimista sobre seu futuro em decorrência da guerra ao terror. Foram ouvidos 1.227 jovens entre 8 e 18 anos, e que, portanto, não tinham nascido ou eram apenas crianças quando as torres caíram. Está longe de ser um detalhe trivial, já que se trata da primeira geração jovem americana quase que inteiramente forjada dentro do ambiente antiterror.

    E o que pensam estes jovens de tudo isso? Apesar de mais descrentes com relação à capacidade de Washington em enfrentar a ameaça terrorista, 64% discordam que o país deva interromper as ações militares em curso, enquanto 57% aprovam as ações tomadas pelas Forças Armadas desde o 11 de setembro.

    Nos anos 60, sob o guarda-chuva hippie, millares de jovens americanos foram às ruas pregar paz e amor entre ondas de ácido e atos pela ampliação dos diretos civis nos Estados Unidos. Armados de flores e novas redes horizontais de organização, exigiram o desarmamento nuclear e uma alternativa ao sonho careta do square americano.

    Apesar de qualquer crítica sobre a apropriação de seus valores pela própria indústria cultural americana, não se pode negar que constituíram um movimento baseado na recusa da guerra e na esperança de um outro mundo possível.

    Cerca de 50 anos depois, e dez após os atentados de 11 de setembro, a atual geração coloca à prova sua capacidade de mobilizar-se uma vez mais.

    Nossa, ficou enorme, mas não faz mal, a ideia é esta. Pelo menos o mais difícel, o principal, a indignação. Eu torço pra que isto se organize.

    Aqui…, damos beijinhos no Almajinehad; Fidel Castro, Chavez… e no terrorista que for. Estudar? é chic! e engordamos as contas caymanesas da quadrilha que nos governa.

    bjinhos, adoro teu blog
    Ju

    Comment by Juliana — 16/12/2011 @ 12:05 AM

  11. Bom comentário, Juliana!

    Bom dia galera, bacana perceber que os comentários aumentaram e que temos vontade de falar!

    *As pessoas sabem que o que aconteceu ofende o sentimento de Justiça. Talvez, com o tempo, eles decifrem o sentimento, mas, por ora, tudo o que eles precisam é falar: “I’m mad as hell, and I’m not gonnna take this anymore!” – Anarco.

    *Marques, Gustavo e Gab, totalmente relevantes.
    *O Billy Shears eu até vou responder com mais calma!

    Por hora, partindo do comentário da Juliana, pego embalo nos segmentos:

    A organização do “Ocupem Wall Street” segue jogando por terra os argumentos dos setores de esquerda incomodados com a ausência de lideranças e de uma plataforma mais definida para o movimento.

    Se não há lista de demandas, basta olhar em volta para perceber que a praça é uma cidade em miniatura, onde o ideário hippie se encontra com as mídias sociais características da geração Steve Jobs.

    No centro da praça há uma cozinha comunitária, um sucesso de administração e bom gosto. A água é reciclada. Há uma livraria comunitária, com títulos que vão do gibi do Batman, a biografia recém-lançada do teórico da comunicação canadense Marshall McLuhan (1911-1980), clássicos das ciências sociais e políticas e livros de ficção da moda.

    Na extremidade setentrional da Zuccotti, um telão mostra o site oficial do movimento e o número de pessoas, também via Facebook e Twitter, que se declaram simpatizante do “Ocupem Wall Street”.

    Até o momento em que esta reportagem era fechada, 440 mil pessoas dos quatro cantos do planeta afirmavam concordar com a “real democracia, a luta pela justiça social e um fim à corrupção”.
    “real democracia, a luta pela justiça social e um fim à corrupção”. ( o que só deixa de ser demagogia quando a água bate na bunda e, continua a subir…)

    Celebridades outras já passaram pela praça desde que a repressão policial – com quase 700 manifestantes presos em uma marcha na Ponte do Brooklyn no fim de semana passado – colocou o “Ocupem Wall Street” na pauta do dia dos EUA. Susan Sarandon e Michael Moore circularam, com sucesso, pela área. E a líder da minoria governista na Casa dos Representantes – equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil -, Nancy Pelosi, saiu em defesa do grupo no domingo, em entrevista a Christiane Amanpour, em seu programa semanal de entrevistas na rede ABC, afirmando ser justa a sensação de insatisfação dos manifestantes, que “tem uma mensagem bem clara: é preciso mudar o que está aí”.

    ‘um telão mostra o site oficial do movimento e o número de pessoas, também via Facebook e Twitter, que se declaram simpatizante do “Ocupem Wall Street”’
    O “Ocupem Wall Street”, que já se espalhou por dezenas de cidades do país – e do mundo – além dos jovens de Richmond, passaram o fim de semana na praça manifestantes de Washington, Portland, no Oregon, Los Angeles, Austin e Boston, dispostos a aprender com os nova-iorquinos como incrementar as mobilizações populares – poderia funcionar como pressão popular para a aprovação do plano recém-anunciado pelo governo Obama de investir 447 bilhões de dólares a fim de CRIAR EMPREGOS NO PAÍS (a taxa de desemprego segue na casa dos 9%), financiado por um aumento de taxas entre os mais ricos da nação.

    A mensagem central do “Ocupem Wall Street”, presente em todas as marchas do grupo, é de representatividade óbvia – “somos os 99% que pagam impostos” – e de oposição ao abono de pagamento de impostos aos que ganham mais de 250 mil dólares, política fiscal criada no governo Bush II com o objetivo de esquentar a economia do país.

    “Hoje é meu primeiro dia aqui, e estou muito bem impressionado. Vou voltar todos os dias. A matemática é simples: precisamos parar de financiar o almoço de 200 dólares do pessoal de Wall Street. Eles precisam pagar mais, a desigualdade social não pode crescer ainda mais no governo Obama!”, disse Brian Crosby, 30 anos, cozinheiro de um restaurante da cidade e crítico da semântica neoliberal, que, em sua visão, humaniza as corporações e valoriza os consumidores em detrimento dos cidadãos.

    “Quem tem dinheiro, pode, quem não tem, vem pra praça. O problema é que cada vez mais aumenta o número dos lesados pela atual democracia americana. Nós só vamos crescer, você vai ver!”, promete Joe Fionda, 27 anos, na “praça do povo”, literalmente, segundo o bem-humorado nova-iorquino, “de frente para o crime”.

    Eu tambem torço por maior organização. Porque a iniciativa fala por si mesma.

    Em relação ao Brasil?

    Huahuahua…. cadê aquele post dos macacos que a Fy fez na época das eleições. Infelizmente, ele tambem fala por si mesmo. Não vejo, não ouço, não falo.

    abraço
    João Pedro

    Comment by João Pedro — 16/12/2011 @ 1:36 AM

  12. “Pode se enganar todas as pessoas durante pouco tempo, pode-se enganar algumas pessoas durante muito tempo…
    mas não se pode enganar todas as pessoas durante todo o tempo.”
    Abraham Lincoln

    BEIJO
    Marianne

    Comment by Marianne — 16/12/2011 @ 10:13 PM

  13. Se um homem tem um apartamento cheio de jornais nós o chamamos de louco.

    Se uma mulher tem uma casa em um trailercheio de gatos nós a chamamos de louca .

    Mas quando pessoas empilham patológicamente tanto dinheiro que empobrecem uma nação , nós as colocamos nas capas das revistas e fingimos que são super-stars.

    abraço
    TocaYo

    Comment by TocaYo — 16/12/2011 @ 10:19 PM

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    Comment by list of presidents — 31/12/2011 @ 8:13 AM

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