Four seasons in one day
Lying in the depths of your imagination
Worlds above
and
worlds below
The sun shines on the black clouds hanging over the domain
Fy
Four seasons in one day
Lying in the depths of your imagination
Worlds above
and
worlds below
The sun shines on the black clouds hanging over the domain
Fy
Despotencializando poderes mal explicados
impedimos que uma porção de “ vilões ” continuem sabotando a Vida .
“ Vilões ” Imaginários , make ups encomendados ,
são ferramentas tendenciosamente planejadas
e elaboradas para construir e manter
um controle artificial .
Devem ser derrotadas –
desativadas
para que se possa seguir a voz do coração .
Quando acreditamos que tudo é tão sério , perdemos o poder de jogar conscientemente com a matrix ,
perdemos a possibilidade de jogar neste jogo e acabamos por nos reduzir muito .
Enquanto estamos transitando por estes canais , nas extensões das nossas próprias Realidades ,
podemos tirar proveito desta situação se tivermos Consciência do modo pelo qual funcionamos ,
utilizando toda energia do próprio meio para criarmos as nossas Realidades com mais Consciência
e principalmente a nosso favor .
A favor dos Homens .
Existe uma imensa Realidade holográfica e um algo além que nós ainda não alcançamos .
É importante estarmos cientes das nossas ilusões
e decidirmos rasgar o véu de uma vez por todas .
Abrindo sempre espaço para que busquemos o que tem antes ou além ,
p o r é m
estando neste Nosso Aqui totalmente dinamizados , no nosso melhor .
Isto é ser . Alguém .
– another Queen :
Meu show não é um show convencional de rock
Mas uma representação teatral da minha musica
E como teatro , ele faz perguntas , lhe faz pensar
E lhe leva em uma jornada emocional
Retratando o bem e o mal ,
luz e escuridão ,
alegria e tristeza
redenção e salvação
Eu não promovo um estilo de vida , apenas descrevo – o
E cabe a audiência julga-lo e tomar suas próprias decisões .
Isto é o que eu considero Liberdade de Expressão e Liberdade de Pensamento .
Toda noite antes de subir ao palco eu digo uma oração , não apenas para que meu show corra bem ,
Mas para que a audiência assista – o com Coração e Mente Abertos ,
E o veja como uma celebração de
V i d a
A m o r
e
H u m a n i d a d e
.
– I’m D O I N G –
Madonna.
Em Cuba não se pode ter . . . um blog.
No Irã ela seria apedrejada.
Na Venezuela sumiria . . .
E estes são os modelos do nosso Presidente .
Pense . . .
e só depois :
VOTE .
Fy
Sophia de Mello Breyner Andresen
Existem homens e homens .
Existem mulheres e mulheres .
Alguns homens , seja onde for , nascem Reis .
Algumas mulheres , seja onde for , nascem Rainhas .
Como os Reis e Rainhas deveriam ser .
este poema é de uma delas .
Em Creta
Onde o Minotauro reina
Banhei-me no mar
Há uma rápida dança que se dança em frente de um touro
Na antiquíssima juventude do dia
Nenhuma droga me embriagou me escondeu – me protegeu .
Só bebi retsina tendo derramado na terra
a parte que pertence aos deuses
De Creta
Enfeitei-me de flores e mastiguei o amargo vivo das ervas
Para inteiramente acordada
comungar a terra
De Creta
Beijei o chão como Ulisses
Caminhei na luz nua
Devastada era eu própria como a cidade em ruína
Que ninguém reconstruiu
Mas no sol dos meus pátios vazios
A fúria reina intacta
E penetra comigo no interior do mar
Porque pertenço à raça daqueles que mergulham de olhos abertos
E reconhecem o abismo pedra a pedra anémona a anémona flor a flor
E o mar de Creta por dentro é todo azul
Oferenda incrível de primordial alegria
Onde o sombrio Minotauro navega
Pinturas
ondas
colunas
e planícies
Em Creta
Inteiramente acordada
atravessei o dia
E caminhei no interior dos palácios veementes e vermelhos
palacios sucessivos e roucos
Onde se ergue o respirar da sussurrada treva
E nos fitam pupilas semi-azuis de penumbra e terror
Imanentes ao dia –
Caminhei no palácio dual de combate e confronto
Onde o Príncipe dos Lírios ergue
os seus gestos matinais
nenhuma droga me embriagou
me escondeu – me protegeu
O Dionysos que dança comigo na vaga não se vende em nenhum mercado negro
Mas cresce como flor daqueles cujo ser
Sem cessar se busca e se perde e se desune e se reúne
E esta é
a dança do ser
Em Creta
Os muros de tijolo da cidade minóica
São feitos com barro amassado com algas
E quando me virei para trás da minha sombra
Vi que era azul
o sol
que tocava o meu ombro
Em Creta onde o Minotauro reina
atravessei e vaga
De olhos abertos
inteiramente acordada
Sem drogas e sem filtro
Só vinho bebido em frente da solenidade das coisas –
Porque pertenço à raça daqueles que percorrem o labirinto,
Sem jamais perderem o fio de linho da palavra
.
Ilustrações:
Rassonier
Fy
Pois é , antes de continuar falando sobre a Pele , sobre a Consciência ,
ou sobre a conexão profunda entre o ser e a vida ;
vou falar sobre : Libertinagem .
Mas antes , vou escrever rapidamente sobre um outro aspecto da pobreza de espírito ,
além da inveja , da ganância e da escassa perspectiva.
Vou falar sobre o Parasitismo .
Parasitas são organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência ,
normalmente prejudicando o organismo hospedeiro : um processo conhecido por Parasitismo .
Todas as doenças infecciosas e as infestações dos animais e das plantas
são causadas por seres considerados , em última análise : Parasitas .
O efeito de um Parasita no hospedeiro pode ser mínimo , sem lhe afetar as funções vitais , como é o caso dos piolhos ,
mas pode até poder causar a sua morte , como é o caso de muitos vírus e bactérias patogénicas .
Neste caso extremo , o parasita normalmente morre com o seu hospedeiro ,
mas . . . em muitos casos , o parasita pode ter-se reproduzido e disseminado os seus descendentes ,
que podem ter infestado outros hospedeiros , perpetuando assim a espécie .
Volto à esta explicação logo mais .
Antes , e não sem tempo , imagino o quanto deve ser frustrante a incapacidade de inaugurar um caminho próprio .
Ter que caminhar usando estradas construidas por outros , … sempre por outros .
Pior : por outros que se detesta ou que se despreza .
Alem do que , ah . . . é vergonhoso .
Mas isto é tão comum nos fracos e pobres de espírito ; nos invejosos .
E os pobres de espírito são sempre muito engraçados ; acabam mesmo virando piada .
E são caras de pau ; ah . . . tão caras de pau que acabam se estereotipando .
Um de seus mais característicos maneirismos é se desfazer . . . dos que . . . fizeram por eles , ahahah .
Ou seja : caminhar com a mais ridícula cara de pau ,
por caminhos que jamais elaboraram , desfazendo-se dos verdadeiros criadores .
A pretensão é mesmo hilária .
Pior : é tão comum . . .
Mas o que se pode esperar de pessoas que confundem Verdade com caldo Knorr :
tempera tudo e qualquer coisa , da mesma forma . Já vem pronto e embalado .
Gente que repete . É claro .
Gente ” repetida ” .
Ou que acham o tal Pondé um tesão de “filósofo” ?
Ah , até que jogar fora o legado alheio é nada quando o caviar filosófico e espiritual
consiste em queimar e matar pessoas bobas …. : pessoas . . . porque são bobas . . . : chacinem .
Mas que apelação ! . . . é Gesuis ou é Pondé ?
Pois é ,
No meu blog nada se joga fora porque é : meu .
E é meu mesmo .
E ser meu significa só : fui eu quem construí.
Desde o comecinho .
Mas , isto não significa que , depois de tê-lo feito com o intuito de que outras pessoas aqui deixassem seu parecer ,
suas visões , suas idéias , eu pudesse sequer “ achar ” que teria o direito de jogar alguma coisa fora . [ ? ]
Isto é respeito . Inclusive a mim . À minha intenção .
Respeito à Liberdade de ter tido a liberdade de abrir um espaço comum .
Imagine então a falta de respeito e de . . . educação , inclusive , ahahah
afirmar que alguma coisa escrita por qualquer outro alguem . . . qualquer :
a convite franco e aberto , … ainda de “ outro ” alguém , vamos deixar bem claro ,
possa ser jogada fora !
Não por mim , o que é meu está aqui dentro , no coração , e sempre se renova ,
aqui, não há verdades que representem mais do que as que estão por chegar ,
Mas . . . eu gosto , há anos , de ler as pessoas que escreveram por lá .
Adoro que tenham escrito .
De alguma forma são meus amigos . . . . de tempos .
E respeito , . . . até porque tiveram mais discernimento do que eu .
Sei que não foi a primeira grosseria , nem será a última , mas . . . – que grosseria !
E Salve Alexandria !
Coisas de caronistas .
Coisas que eu lí.
Pois é . Me avisaram , e eu lí.
Lí .
Mas como o tema é Libertinagem , e embora toda a minha observação acima seja um excelente exemplo ,
vamos considerar mais um , tão exdrúxulo quanto :
Libertinagem ,
da mais vil e deslavada é afirmar uma monstruosidade desta em um programa de televisão e ser considerado ” filósofo” :
Para eles . . . [ ” eles ” é qualquer pessoa que tenha um mínimo de consciência e Cultura , . . . claro ] , queimaram-se milhares de mulheres e homens inteligentíssimos na Idade Média.
A ” verdade ” é : : : que provavelmente a maior parte dessas infelizes vítimas era gente boba mesmo .
– Vou repetir pra não haver erros:
“A ” verdade “ é que provavelmente a maior parte dessas infelizes vítimas era gente boba mesmo.”
Pois é ,
” verdade ” .
Em nome de ” verdades ” tão pobres e podres quanto esta , a desumanidade se instalou .
Mais libertinagem ainda é dizer que este fulano é filósofo . . . . ou ” é ” .
E é claro que esta afirmação não veio de sua ” telha ” : de onde será que veio ?
Onde será que ele aprendeu tanto respeito , tanta consideração pela Liberdade …. pelo ser humano ?
Não é difícel imaginar . . .
E confesso . . . , que considero necessário algum raciocínio …
daqueles bem simples , pincelado com algum retoque de Lucidez .
Alguma , qualquer uma …
qualquer tipo de Lucidez .
Que alíás , costuma ser farta e generosa quando germina em um terreninho livre de ervas daninhas .
Verdades ?
A pretensão é grotesca .
E parasita .
Ilustrações :
a Pretensão alheia
Gravuras :
Gary Fernandez
Fy
por Manu :
Chove no Rio de Janeiro. Em casa , cuidando de dois gatos recém castrados , sinto o vento que vem das frestas .
Como eu , não adianta fechar as janelas .
Pelos meus cantos não consigo segurar o tempo que passa , que vaza e escorre .
Tão pouco os pensamentos que mudam e os sonhos que se transformam .
Se não fossem as frestas e o vento , eu seria como pedra .
A mim pouco importa , considero natural , assim como a chuva num sábado de outono ,
assim como a renovação das nossas ideias ou até mesmo improvisação de última hora no roteiro .
Os gatos castrados ainda não mostraram sinais de mudança de comportamento , mas com certeza mostrarão .
Adão continua namorando a manta do sofá e Dali segue em seu rancor pelo banho do dia anterior .
Nós três em casa e apenas eu com um fluxo hormonal quase normal .
Não fui castrada
e sinto certa culpa pela futura mudança no temperamento do Adão .
Se fizessem isso comigo , se acabassem com minhas frestas ,
se alterassem minha química para que eu ficasse socialmente aceitável , seria como virar objeto .
Castrar para ser domável .
Vedar para ser :
irrenovável ,
estável ,
sempre igual .
Pois que já tentei uma vez , confesso , trancar a casa toda , calar a minha boca , fazer de conta que eu era diferente de mim mesma .
Desejei aquele deslizar no andar de quem , mais para embotado do que para estável , julga ser dono de uma paz intransponível .
Vodpod videos no longer available.
Pois que para minha alegria ,
após fracassar inúmeras vezes ,
descobri que bom mesmo é ter a alma escancarada , andando pelada por aí .
A minha calma tem garoa e tempestade , frio e calor , brisa e rajada de vento .
A minha calma é honesta
e é como é , viva , bem viva .
Mas os gatos coitados . . . o que foi que fiz com eles !
Acabei com a malandragem do Dalí , com a fúria do Adão ,
com aquela atividade incessante , cheia de vitalidade pela casa .
Acabei com os miados chorosos e brincadeiras intermináveis .
Agora . . . serão gatinhos comportados
e
vedados
.
. . .
Respirar fundo é minha fresta .
Chove – e aqui dentro , até que enfim , apesar dos gatos castrados ,
passa um ar , bagunçando os cabelos e todo o coreto .
Fazendo discretamente balançar papéis , sacudindo palavras e movimentando as emoções .
Esvoaçando um passado gasto , brincando de futuro com folhas em branco borboleteando pelos ares .
.
É assim sempre que chove . . . é assim sempre que me escapa o sopro pelas bordas .
É assim
porque nunca consegui vedar meus olhos e imaginação .
Mas enfim . . . pobres gatos lacrados . . .
.
Fy
Texto :
Manu
– um super texto !
Ilustrações :
Alberto Cerriteño
Sillas Tobal
do Caio Garrido – completando o Skin –
thanks : que lindo !
Isso em você já é metáfora abandonada/
mofos amórficos armazenados no armário/
afundados no marasmo/
lodo petrificado, sem água nem flor de lótus/
água salgada que mata a terra e não mata a sede de ninguém/
nem mesmo a sua de matar… infinitamente.
Nayre
Mundos e peles
histórias e geografias do Humano
que situam o homem como estrangeiro a si .
Ao longo do processo civilizatório ,
um estranho … e destrutivo … comportamento parece ter sido desenvolvido ,
culminando nos atuais e ameaçadores níveis , ao Mundo e às Peles .
Sob o ponto de vista ético , um falseamento de valor – em relação a seu próprio valor ,
teria sido cometido pelo homem .
Fundamentados na crença do bem e do mal ,
a adoção de valores falsos e inverdades estaria na gênese da dominação ,
escravidão , humilhação e impotência .
Neste suposto conjunto excludente estaria ancorada uma Falsa Moral ,
os Preconceitos e as Injustiças .
Distanciado de si e dos seus valores o homem encontra-se imerso em medo , dor e solidão .
Neste vazio , desamparado e só , o homem ressentido e rejeitado ,
distorceria os princípios fundamentais do convívio civilizado .
Nas reflexões acerca da conduta humana , há relevantes contribuições .
Delimitamos este estudo no pensamento filosófico e em teorias psicológicas ,
para focarmos esta análise , – pois não é possível ignorar os aspectos religiosos : geopolíticos .
Os estudos realizados evidenciaram advertências
quanto ao ressentimento – que assentaria na gênese
e posteriormente na dissolução dos valores que são primordiais ao homem –
o propulsor de suas mais aflitivas dores .
Mia
Ressentimento . . . por ser homem .
Re – sentimento contínuamente reavivado – meméticamente implantado –
que , vinculado ao sentimento de humilhação e impotência humana ,
criou repetidos insucessos provocando assim ,
que em cada novo sentir , os sentimentos de impotência e humilhação se repetisem sequencialmente .
Um meme .
– e a evolução de um meme é quase sempre viral , exponencial e replicante .
Este meme do sofrer profundo e surdo se concentraria , ampliando as marcas e dores interiores .
No acúmulo : haveria um transbordamento , um ódio doentio ,
numa espécie de auto-intoxicação permanente .
A tarefa neste texto não almeja realizar uma re-constituição
dos pressupostos que vieram fundamentar a subjetividade no pensamento moderno ,
até porque este percurso já está muito bem definido na história do pensamento . [ e na dos homens .
O exercício do pensamento a que nos propomos quer traçar uma linha
que se inicia no momento em que o Sujeito e/ou a Subjetividade perde a sua forma
(essência ou substância necessária) e sua síntese de unificação .
Em lugar deste sujeito destituído ,
nós teremos os conceitos de subjetividade distribuída ,
socialmente construída ,
descentrada ,
nômade ,
múltipla ,
de subjetividade inscrita
na
superfície
do
corpo
.
Acreditar ?
ACREDITAR .
não em um outro mundo ,
mas no liame entre o Homem e o Mundo ,
no Amor ou na Vida ,
– mas acreditar nisso como no
impossível
no impensável
que . . . no entanto . . . só pode ser ” pensado ”
. . .
“ Um pouco de Possível . . . senão sufoco . ”
Deleuze – 1985 : 221 .
Finalmente , neste texto , procuramos utilizar os conceitos deleuzianos ,
sempre ” alargando ” o que já foi escrito .
Sabemos perfeitamente que tais caminhos – os que já foram escritos –
talvez, não passem de fábulas , falsificações ou enganos .
Mas é o risco que corremos , ao entrarmos nessa filosofia de labirinto .
As palavras de Deleuze , no parágrafo acima , são um convite .
Um convite à P e l e e ao P o s s í v e l .
“ tudo se passa na superfície : em um cristal que não se desenvolve a não ser pelas bordas ” .
Sem dúvida , não é o mesmo que se dá com um organismo ;
este não cessa de se recolher em um espaço interior , como de se expandir no espaço exterior ,
de assimilar e de exteriorizar .
o esforço psíquico do sujeito ” ressentido ” em : reprimir , sistematicamente ;
a descarga de certas emoções e afetos – [ aquilo que ” lhe ” afeta ] – transbordariam ,
levando ao adoecimento físico ou psíquico de menor ou maior gravidade ,
chegando em casos extremos , aos desvios de conduta , ruptura social e , no limite , ao terror .
Mia
As membranas não são aí menos importantes :
elas carregam os potenciais e regeneram as polaridades ,
elas põem precisamente em contato o espaço exterior independentemente da distância .
a musica é um dos muitos afetos do exterior que atravessam a pele
under & over
inside & outside
pra quem tem pele . . .
– claro . . .
quem acha que não tem –
ou que o ideal é não ter – acaba ficando com a pele “ surda ” também
entre outras coisas … surdas . . . como a “criatividade ” por exemplo . . . –
e acaba tendo que : imitar . . . .
imitar e repetir é um vício .
Deleuze se preocupou em criar ou produzir diferentes linhas de pensamentos ,
avançando novos campos, não como repetições de indagações filosóficas passadas ,
mas criando e inventando conceitos .
E nessa direção , observaremos a indicação de uma nova questão-problema :
Quem vem ” depois ” do Sujeito ?
[ depois . . . que ele … se desintegrou . . . em vida … acho . . . ]
Depois de sua “ destituição ” – [ dissolução no : n a d a ] –
Que vem ?
ou ?
ou vivemos agora numa zona morta ou em um período de espera ,
” assombrada ” pela ” morte ” [ em vida ] do Sujeito ?
Tendo como problemática inicial tal questão , o caminho que se faz é extremamente tortuoso :
partindo de uma “ CRISE DA NOÇÃO DO EU ” , ou seja , do : Sujeito ,
para pensarmos – e temos que – a possibilidade de constituição de outros “ modos ” de vida [ . . . – menos esquizos ]
ou , mais especificamente ,
Modos de EXISTÊNCIA .
[ claro que sem resvalar no mimetismo da Via Sacra , ou na morbidez das coroas de espinho ,
por mais que isto cause delírios em mentes doentes , viciadas e Gibsianas ]
Isso significa travar uma batalha difícil com a tradição filosófica a partir do século XVII .
[ mesmo estando em pleno XXI . . . ]
Deleuze não utilizará do conceito de subjetividade tal qual a tradição da filosofia clássica denomina ,
mas tratará agora de heceidade .
A questão é que é preciso buscar em outro lugar a crítica mais radical
e a proposta mais alternativa à imagem convencional da subjetividade .
Neste sentido , o pensamento de Deleuze apresenta-se como um caminho , como uma saída ,
que nos permite pensar a “ subjetividade ” numa outra perspectiva:
não mais como idealização , como forma .
Diferente disso, ela torna-se produção ativa do ser , composição de forças , nomadismo :
Para isso, Deleuze cria , fabrica conceitos que rompem com as modalidades dominantes
de pensar e representar a subjetividade
e que são inseparáveis de novos perceptos
( novas maneiras de ver e escutar ) e de novos afetos ( novas maneiras de sentir ) .
Conceitos como heceidade , impessoalidade , devir ,
rostidade , território , rizoma , dobra , linhas moleculares , linhas de fuga .
Assim , – frente a uma idéia de Sujeito ” essencializado ” ,
dotado de uma identidade unitária , privada , estável e fixa ,
[ e eternamente desconhecida ]
ajuda-nos a pensar num território povoado de singularidades pré-individuais :
intensidades , profundidades , movimentos , sujeitos larvares …
A geração de “ subjetividades ” não consiste na demarcação dos limites de um eu ,
enclausurado e interior ,
[ ou de uma ” alma ” bom – bril : com 1000 e 2 utilidades : esquisitamente anônima – endeusada , SELFiada ,
ou como um deus que de repente pulou pra dentro : porque … já tava ficando chato não dar as caras lá fora
e virou deus : interior tão ” transparente ” e inatingível quanto era ” lá ” . . . no . . . exterior . ]
mas na idéia de que ele é : o ” efeito ” de uma função ou operação que sempre se produz na exterioridade desse eu .
O sujeito já não é : uma unidade – identidade , mas : é envoltura , pele , fronteira :
sua interioridade transborda em contato com o exterior .
O conhecimento e a aprendizagem se efetuam pelo engajamento na paisagem
e não pelo distanciamento de um sujeito que a observa desde e “ do lado de fora ” .
A critica a esta separação entre mente e natureza já aparece no conceito de mente ecológica de Bateson ,
onde o mundo mental não esta limitado pelas fronteiras da pele ,
mas se estende pela totalidade do sistema de relações organismo – ambiente
no qual os humanos estão necessariamente imersos mais do que :
confinados dentro de corpo individuais como se estivessem
contra o mundo da natureza ou fora dele .
Bateson – 1972
Avançando nesta direção, Ingold Também critica duramente a idéia de ambiente global
enquanto um sentido que não se funda em um contexto relacional
e perde a sintonia sensorial desde o olhar daquele que percebe o mundo.
A subjetividade não consiste na demarcação dos limites de um “ Eu ” , enclausurado e interior ,
mas na idéia de que ele é o : efeito de uma função ou operação que sempre se produz na exterioridade desse “ Eu ” .
Dessa forma , Deleuze concebe os processos de subjetivação como processo ético e estético ,
que busca produzir modos de existência inéditos .
Trabalha neste sentido com o conceito de “ dobra ” para explicar esses processos de subjetivação
como modificação daquilo que nos sujeitam , para nos reconstruir com : outras experiências , com outras delimitações ,
. . . é preciso conseguir dobrar a linha ,
para constituir uma zona vivível onde seja possível alojar-se , enfrentar , apoiar-se , respirar – em suma , . . . pensar .
Deleuze – 1992 : 138 .
como disse Nietzsche : [ sorry , Thomas , ah ah ah ]
« o eu é uma pluralidade de forças quase personificadas em que , tanto uma , como a outra ganham o aspecto do eu ;
deste lugar , ele contempla as outras forças ,
como um sujeito contempla um objeto que lhe é exterior ; um mundo exterior que o influencia e o determina .
O ponto de subjetividade é móvel » .
Este ponto é fundamental : a subjetividade não deve ser negada , mas assumida como móvel ,
como um tecido – um reservatório de pontos móveis , como uma mutação descontínua de lugares .
A Individuação , como diz Barthes , é ao mesmo tempo aquilo que fortifica o sujeito na sua individualidade ,
o seu « quant à moi » e ao mesmo tempo e no extremo contrário aquilo que desfaz o sujeito porque o : multiplica .
O movimento da “dobra ” tem lugar entre um lado de dentro e um lado de fora
que não equivalem a um interior e a um exterior :
marcando um território e relações completamente distintas ,
pois a dobra supõe um movimento que incorpora essa categoria do possível ,
precisamente porque a dobra permite habitar o limite que traça as bordas do que somos ,
permite situar-nos em uma linha instável e arriscada : a linha do lado de fora ,
na qual os contornos do familiar ( imaginável e representável )
diluem-se em contato com o desconhecido ( intraduzível , irrepresentável ) .
O impessoal significa enfrentar as linhas do lado de fora ,
essa zona de estranhamento intermediária : que rompe com poderes e saberes :
que definem o que fazemos, o que pensamos e dizemos .
E desvanecer esses dispositivos é o mesmo que construir novos espaços :
alargar o que somos : dar-nos um novo campo :
uma nova Sensibilidade .
“ Cada momento passado juntos
era uma celebração , uma Epifania ,
nós os dois sozinhos no mundo .
Tu , tão audaz , mais leve que uma asa ,
descias numa vertigem a escada
a dois e dois , arrastando-me
através de húmidos liláses , aos teu domínios
do outro lado , . . . passando o espelho . ”
Arseny Tarkovsky
em : The Mirror de Andrei Tarkovsky
Ilustrações :
Mitra Mirshahidi
Eric Fortune
Skinner
Pesquisa :
Deleuze and The logic of sense: structure as a problem
Gilles Deleuze
The Perception of the Environment: Essays in Livelihood, Dwelling and Skill.
Timothy Ingold
London: Routledge. – 2000
Steps to an Ecology of Mind .
Gregory Bateson
Chicago: The University of Chicago Press – 2000
Arseny Tarkovsky
Nayre
Mia
Fy
O mais novo da série de vídeos do Story of Stuff Project, lançado em julho último .
Fy
Pois é ,
Eu acredito , às vezes . . . – só às vezes – ,
que a facilidade em emitir opiniões
– pra cá – pra lá –
é proveniente da falta de conhecimento .
Ou estimulada pelo conhecimento escasso .
O que também não deixa de ser uma economia mesquinha .
Imagine a situação de perplexidade provocada por alguém que Não reuniu informações suficientes
sobre algum assunto sobre o qual, . . . gosta de opinar .
Chegam a ser engraçadas , [ depois do primeiro ataque da perplexidade ] ,
as distorções que a pessoa consegue fazer ,
pra que as peças de ” outro ” jogo , também … desconhecido . . . : mas não importa . . . ,
” se encaixem ” em seu discurso !
Acaba ficando esquisito mesmo . . .
… houveram críticas “ veladas ” , sempre veladas . . . ( entre parênteses ) . . .
à respeito deste mal terrível que consegue caber na palavra “ ignorância ” ,
estas críticas , lamentávelmente , muitas vezes são emitidas por pessoas
que apenas conhecem a : “ palavra ” : ignorância .
Mas que não tem a menor idéia do quanto ela significa .
Entre os assuntos que escolho , tenho insistido sobre a Realidade .
Sobre a Imanência , – que em termos deleuzianos tem um significado similar ao da Vida .
É claro . . . que existem pessoas
que hipervalorizam outras formas de estar vivo , diferentes do “ estilo ” : – I’m alive .
Xiii tem varios : – tem :
– it’s an ilusion . I’m not real . Nothing is real . It’s our hell . Here is the Hell . Save your soul.
E por aí vai.
Tem até spa , pra que almas especiais , … , se entretenham com o gôzo eterno . angelicais , claro .
Sem dúvida … – “estar vivo ” – é um estilo . . . simples . . . parece banal . . . cansativo .
Principalmente pra quem entedeu que a vida é um estorvo incômodo ,
quando não . . . um . . . escorregão funesto , daqueles . . . que eu não vou descrever … que é feio ,
e que geralmente acontece
pra quem sempre anda “ olhando pra cima : de olhos fechados ” , dizendo : ó céus …
– sempre me disseram que este lance de Un – Real : não funciona . . . efetivamente .
É uma pena … ,
às vezes me parece que estas pessoas apenas furtam o oxigênio de outras que tentam desesperadamente viver .
… são tantas … pedindo por uma vida … real . simplesmente .
Mas olhos fechados . . . tem suas vantagens , embora o “ nariz ” continue bastante ativo .
usualmente : hiper – ativo . é a técnica de respiração : fucktheworld – do sagrado método de magia : Un – Real .
Mas . . .
e da Vida ,
E neste frio ele é gostoso bem quentinho , com aquele cheirinho perfumado , que quem ainda não foi exumado sente ,
E , como a fila anda , e a Vida é o que temos no momento ,
… loucos , indiferentes , frustrados ou “ não ” ,
meu convite é um café , e um ensaio sobre a leitura de Nietzsche por Deleuze .
Muito interessante , atual , e que alicerça com brilhantismo , os perigos da descrença e a desvalorização … desta nossa Realidade .
Principalmente neste momento em que corremos o sério risco de sermos engulidos por uma Ditadura – tão Real quanto Boçal . E por mera distração . . .
Claro que lembrando sempre que as interpretações são livres ,
e que certamente haverão as absurdas ,
uma vez que eu já tenha visto construirem “ rapidinho ” abismos like Riesending : nos vales de Hillman ,
e outras mais . . . – claro que com as devidas imperfeições , ahahahah ,
e a mumificada tendência de denegrir qualquer coisa desta Vida – insultando-a a ponto de lhe negar a realidade .
– mas . . . , nem mesmo todos os abismos caprichados conseguiram
transformar Hillman num crente fervoroso e temeroso a nenhum deus
ou “encaixá-lo “ em algum delírio de iluminação …
– ou o célebre parágrafo de James Hilman em relação à “ fazer-alma ” em versículos de alguma seita :
” Ter visões é fácil .
A mente nunca cessa de exusudar e transudar a seiva e o sumo da fantasia e de ,
subseqüentemente ,
congelar seu jogo em monumentos paranóicos de eterna verdade . ” Hillman .
Isto porque … não havia um verdadeiro … conhecimento sobre sua obra .
” . . . Para ficarmos, nesse momento, apenas com um autor, a descrição que Hillman faz de Gilles Deleuze é quase auto-biográfica .
Fala de si-mesmo ao falar de um outro , como se estivesse diante de um espelho .
Deleuze é ” um filósofo Francês que eletriza idéias recebidas com escandalosas desconstruções ” ( pág. 64 ) .
Com certeza , isto descreve muito bem o filosofar de Gilles Deleuze ,
que recebe e acolhe as idéias de um determinado pensador da tradição filosófica ,
incluindo Freud e Jung , sem sentir-se constrangido a ter que aceitá-las em bloco ,
permitindo-se dialogar com parte de seu pensamento e , além do mais ,
transformando esse material , dando-lhe novas direções e uma nova carga de sentidos .
Tudo isso descreve , igualmente , o modo de pensar de James Hillman .
– excelente artigo de Carlos Bernardi , colaborador da Rubedo ,
em uma resenha do super – livro The Force of Character and the Lasting Life por James Hillman .
Mas , antes de iniciar este ensaio sobre Deleuze & Nietzsche ,
eu quis “ prefaciar” abusando um pouquinho de Hillman , Saramago , Jung , e Fernando Pessoa .
Uma colchinha de retalhos que “ esquenta ” .
Um café para Saramago , na voz de Carlos Bernardi novamente :
Foi com grande satisfação que pude perceber
com que fidelidade Meirelles transpôs para a tela a riqueza do pensamento de Saramago .
Ali , diante dos meus olhos , estavam as principais imagens e questões imaginadas
pelo nosso grande escritor português e mais do que merecido ganhador de um Nobel de literatura .
O filme retrata com precisão toda a angústia e desespero de todos nós
quando somos confrontados com Nossa Cegueira .
Os espectadores são transformados em testemunhas oculares
das piores características dos seres humanos .
Só conseguimos ver
porque enxergamos através dos olhos da única pessoa que é capaz de ver , no filme : uma mulher .
Ela percebe e mostra de maneira inequívoca nossa Total Inconsciência .
Sim , o filme trata de INCONSCIÊNCIA e não de cegueira ,
embora a associação de cegos dos Estados Unidos , que almeja processar os produtores do filme ,
não tenham “ visto ” que a cegueira aqui é uma METÁFORA .
[ êta costumizinho : lugar . . . comummmmmm ] –
. . . A Consciência Moral , que tantos insensatos têm ofendido e muitos mais renegado ,
é coisa que existe e existiu sempre , não foi uma invenção dos filósofos do Quaternário ,
quando a alma mal passava ainda de um projeto confuso .
Com o andar dos tempos , mais as atividades da convivência e as trocas genéticas ,
acabámos por meter a consciência na cor do sangue ,
[ ou como uma vilã cuja safadeza é NOS ENGANAR ] –
e , como se tanto fosse pouco , FIZEMOS DOS OLHOS UMA ESPÉCIE DE ESPELHOS VIRADOS PARA DENTRO .
Por todos os lados vemos e ouvimos sinais de que as coisas não estão bem, mas somos incapazes de vê-las e ouví-las .
No fundo, somos incapazes de sentir . Estamos anestesiados .
um capuccino para Jung :
Jung não pensa que os estados de “ dissociação ” sejam causados
apenas pela repressão ou pelo recalque .
Eles também podem ser produzidos por um :
DESENVOLVIMENTO ANÔMALO DA CONSCIÊNCIA , UMA HIPERTROFIA DA CONSCIÊNCIA .
Atenção para a palavra DISSOCIAÇÃO >
Perceba o quanto ela é útil para : religões – sistemas de castas – comunismo – etc e talz …
… quem não raciocina – ou se imagina em constante ilusão des-significada :
atrofia este mecanismo cerebral também conhecido como CONSCIÊNCIA .
Ah … Fernando Pessoa :
– OUTRANDO em Álvaro de Campos ,
Fernando Pessoa nos oferece um esboço do pensamento que o levou a escrever o poema Tabacaria:
O homem , bobo … da sua inspiração , sombra chinesa da sua ânsia inútil , segue , revoltado e ignóbil ,
servo das mesmas leis químicas no rodar imperturbável da Terra ,
implacavelmente em torno a um astro amarelo , sem esperança , sem sossego ,
sem outro conforto que o abafo das suas ilusões da realidade e a realidade das suas ilusões .
Governa estados , institui leis , levanta guerras ;
deixa de si memórias de batalhas , versos , estátuas e edifícios .
A Terra esfriará sem que isso valha .
Estranho a isso , estranho desde a nascença ,
o sol um dia , se alumiou , deixará de alumiar ; se deu vida , dará a si a morte .
Outros sistemas de astros e satélites darão porventura novas humanidades ;
outras espécies de eternidades fingidas alimentarão almas de outra espécie ;
outras crenças passarão em corredores longínquos da realidade múltipla .
Cristos outros subirão em vão as novas cruzes .
Novas seitas secretas terão na mão os segredos da magia ou da Cabala .
E essa magia será outra , e essa Cabala diferente .
(Pessoa, Fernando, Obra em Prosa, pág. 162).
e voltando a Hillman :
A Psicologia Moderna , afirma Hillman , “ teve que inventar ” o Inconsciente
com o intuito de lembrar à Consciência
que ela nunca poderia ser tão branca . . .
[ no sentido de “pura” – transparente . . . vazia ] quanto ela desejava ”
( Hillman, Notes on White Supremacy , pág . 53 ) .
Alguns trechos de Hillman , de um post que pretendo elaborar nesta sequência :
Um cafézinho sempre desperta .
Alice Valente
No próximo : Deleuze & Nietzsche
Imagens :
Shivita
Café Latte – Paris
Alice Valente
Fontes :
The Force of Character and the Lasting Life – James Hillman
Um Ensaio sobre a Cegueira – José Saramago
Carlos Bernardi
Gilles Deleuze
Rubedo
Fy
por : Marques Patrocínio
As únicas pessoas para mim são os loucos .
Loucos para viver ,
loucos para serem salvos .
Desejosos de tudo ao mesmo tempo .
Aqueles que nunca bocejam ou usam um qualquer lugar-comum –
mas queimam e incendeiam .
Queimam como só o fogo é capaz .
E explodem . . .
desenhando aranhas por entre as estrelas .
E bem no meio ,
no centro ,
vemos aquele azul brilhante
intenso . . .
e toda a gente fixa o olhar ,
abre a boca em espanto
e diz :
” A h h h h ” !
MUTANTES – Londres
2006
Fontes :
Marques Patrocínio
criador do blog : http://cultodesophia.wordpress.com/
by Fy
e o que mais se vê
pelos 4 cantos do mundo
são bandeiras e bandeiras
gritando pelos :
DIREITOS
HUMANOS
Não sei se gosto da palavra “ esquecer ” .
Eu prefiro antes dizer : “ não lembrar ” .
Assim sei que , algures na memória , está um pedaço de vida importante .
Não me quero lembrar dele ;
mas prefiro saber que não o amputei da minha HISTÓRIA .
Em uma outra ocasião , há meses atrás , eu disse que alguns posts tem vida própria .
Eles se originam de uma primeira idéia mas derivam e se desenvolvem pelos caminhos que escolhem .
Quando vi este videocast do Pablo ,
– eu estava procurando a crítica de um filme que não assisti ainda : Cidade das Sombras – ,
imediatamente compreendi perfeitamente o apelo ao não – preconceito, esta doença que só gera – como sempre gerou – ódios e tragédias .
E é uma das principais inimigas da Liberdade .
Uma palavra pobre e mesquinha como é o sentimento que tenta traduzir .
Achei super oportuno , mesmo não tendo – nunca – ouvido esta gritaria , by … este tal Datena .
Afinal … , o mundo – e eu – está abalado , com este horror em torno das mulheres no Irã .
E , nós acabamos de receber no Brasil , um indivíduo que apoia tudo isto além de negar o Holocausto .
Imediatamente , nos comentários , alguem perguntou : Voce é Atéia ?
Como se qualquer tipo de religião explicasse de alguma forma razoável qualquer barbaridade contra o ser humano .
O Holocausto foi uma Tragédia Humana , que nossa memória jamais teve, tem , ou terá – teria , o direito de esquecer quanto mais … de negar.
E não foi a única …
Mas não foi uma tragédia religiosa .
Nenhum judeu foi assassinado , durante o nazismo por causa de sua fé .
E este é um engano bastante despropositado .
Hitler , aliás, católico, apostólico, cristão e romano , sei lá mais que ,
até se serviu desta sua particularidade pra obter o apoio da Igreja Católica-Cristã ,
[ porque todo o católico é cristão, até onde se sabe ] , no seu fantástico fascínio pela exterminação deste povo .
Isto porque este Fascínio também pertenceu aos católicos – cristãos durante os SETE séculos da Inquisição .
Como ? Onde nasceu esta idéia de anti-semitismo ?
Na Antigüidade , seitas eso-téricas conceberam a religião judaica como a religião do demônio
e viam os judeus como os agentes na propagação dessa re-ligião do pecado .
Mas como ?
Pois é ….
Afinal de contas , quando se fala de religião , todos tem o direito de falar o que bem entendem ,
porque nessas estranhas seitas existe uma tal de revelação, e ,
o deus de cada uma literalmente aparece e bate um papo “iluminado” com o indivíduo que também … fica iluminado .
Este papo , passa a ser uma Lei , e a partir desta Lei que também recebe imediatamente o oportuno adjetivo de di – vi – na ,
qualquer genocídio ou atentado ao ser-humano é explicável e amplamente justificável . Mais : isto é Moral . . . divina .
Então … , voltando aos judeus e à sua religião que virou a do pecado …
Essa cosmovisão foi resultado de uma crença dualista , isto é ,
em dois poderes criadores do universo : o Bem e o Mal , identificando os judeus com o Mal ,
o que os colocou no papel do mal cósmico e os viu como instrumento do demônio .
Todavia , o momento histórico no qual se entrelaçam pela primeira vez e de forma radical antijudaísmo e anti-semitismo
é na consolidação da visão Paulina . do Paulo , que era Saulo…. parará e talz .
Pois é o “apóstolo” Paulo , que segundo a história , teve uma visão de Jesus , que já estava morto , segundo a mesma historia ,
– “de – repente “ quando resolveu mudar de seita , rá tim bum : resolveu também que a revela-ção da Torá – até então sua obcessão – é uma revelação temporária … ,
e aqueles que continuam no caminho da Torá após a chegada de Cristo , que é o Jesus , são traidores . – Pois é …
transferiu os princípios de sua obcessão .
Segundo esse raciocínio , os judeus , ao rejeitarem Cristo como Messias e ao assassiná-lo ,
transformaram-se em agentes do Mal , no povo deicida .
Ao longo de toda a Idade Média , essa idéia foi desenvolvida e materializada pela Igreja católica cristã , claro .
O tal do Paulo falou … foi conveniente … virou fato indiscutível .
E … religião & religião : … a minha é ” sempre ” melhor que a sua ! e cale a boca . !
É de se destacar os cânones adotados no Concílio de Latrão – 1215 – que confirmavam a condenação dos judeus à servidão perpétua ,
proibiam sua integração na sociedade com o objetivo de impedir a contaminação dos cristãos ,
obrigavam o uso de signos de diferenciação nas vestes ,
impediam o acesso dos judeus aos cargos administrativos
e os excluíam completamente da agricultura e das corporações .
Essas medidas enraizaram na população um ódio milenar
baseado numa ideologia demonizadora que culpou os judeus e o judaísmo pela morte de Cristo .
Mas o interessante é que a crucificação era natural na época ,
era uma punição reservada a escravos rebeldes e aos que se opunham ao domínio romano .
E desta forma, estranhíssima, só a morte de Jesus foi digna de alguma acusação,
a dos outros milhares de crucificados igualmente torturados … bobagem … … coisa boba .
Para os gregos, seus deuses estavam sempre no poder.
Para os judeus e para qualquer uma destas chamadas religiões seu deus ou deuses sempre estiveram no ::: p o d e r .
Elas não deveriam nem discutir entre si , pela obviedade de suas similares opiniões . N’est pas ?
Na minha opinião : um bando de malucos inconseqüentes , enlouquecidos pela sede do poder .
Mas , este “ samadi ” esquisotérico de Paulo , que o fez tornar-se cristão, segundo o que dizem os católicos – cristãos ,
é que serviu de bandeira para que os interesses do império cristão, então em decadência de poderio ,
pudesse assassinar , torturar , arrebentar e queimar milhares e milhares de judeus entre outros milhares de seres humanos ,
em nome da fé e claro … da apropriação de seus bens , e do fortalecimento de sua autoridade ,
e tudo em de nome de deus e de Jesus , durante a vergonhosa , miseravelmente assassina : Inquisição .
Que aliás , é tão negada e ou vulgarizada pelos católicos cristãos quanto o Holocausto o é por Ahmadinejad .
Sem esquecer as Cruzadas , e os genocídios tremendos em solo norte americano em nome da fé .
Etc e talz … continuando com os judeus , chegamos em Hitler.
Ah … mais uma vez a religião trapaceia , tentando “ limpar “ a historia .
Hitler era católico , cristão, apostólico e parará e talz .
Afirmar que ele era ateu ou verde é sacanear a verdade . [ … ele tem biografia . ]
Pode ter se envolvido em milhares de outras seitas esquizofrênicas ,
mas valeu-se de ser católico na perseguição dos judeus, como estratégia junto à Igreja .
Mas era louco !
[ Como todos os loucos fanáticos que queimavam pessoas , praticavam genocídios de povos inteiros ,
ou amarram bombas no peito de jovens ou apedrejam mulheres , em nome de fés. ]
Absolutamente louco.
Não tinha o menor interesse na fé dos judeus , tinha em seus bens… Um verdadeiro repeteco .
– um breve esclarecimento em torno destas mentes :
– O fanatismo parece surgir de uma estrutura psicótica.
O fato do sujeito se ver como o único que está no lugar de certeza absoluta,
de ” ter sido escolhido por Deus para uma missão ” x ” ,
já constitui sintoma suficiente para muitos psiquiatras diagnosticarem aí uma loucura ou psicose .
Mas , seguindo o raciocínio de Freud , vemos que ” aquilo que o psicótico paranóico vivencia na própria pele ,
o “ Parafrênico ” experiência na pele do outro “.
Ou seja , somos levados a supor que o fanatismo está mais para a Parafrenia que para a Paranóia .
Hitler , antes considerado um Paranóico , hoje é mais aceito enquanto Parafrênico ,
pois seus atos indicam sua idéia fixa pela supremacia da raça ariana e a eliminação dos ” impuros ” ; mais ainda ,
o gozo psíquico do Parafrênico não se limita ” ser olhado ” ou ” ser perseguido ” , tal como acontece com paranóicos ,
mas sim se desenvolve ” uma ação inteligente de perseguição e extermínio de milhares de seres humanos ” , donde extrai um quantum de gozo sádico .
Portanto, deve existir membros de um grupo de fanáticos paranóicos ,
mas certamente o pior fanático é o determinado pela Parafrenia ,
pois visa de fato destruir em atos calculados ” os impuros ” , ” os infiéis ” , enfim , todos os que não concordam com ele . –
Aí sim , sem “ muito ” esforço , temos então … um ponto comum entre Hitler e o nazismo – e Paulo e o cristianismo – em relação ao anti semitismo .
São inúmeros os paralelos que podemos traçar , quando nossas mentes “ podem ” raciocinar livres de patrão e das correntes do preconceito … :
Vamos aos interesses hitlerianos :
o motivo para perseguir os judeus começou a ancorar-se em pressupostos biológicos .
Assim , para Hitler , existiam três raças :
as “fundadoras” ou superiores > representadas pelos povos germânicos ,
as “ depositárias ” > pelos povos eslavos ,
e as “ destruidoras ” ou inferiores > que tinham nos judeus o exemplo paradigmático .
Obcecado com o ideal de pureza racial , Hitler compreendeu a História como uma permanente luta entre as diferentes raças ,
na qual a raça superior devia utilizar todos os meios necessários para manter sua pureza .
A essa visão histórica foi acrescentado o mito da “ conspiração judaica mundial ” , fortemente difundido em toda a Europa que ,
entre outras falácias , divulgou a idéia do poder econômico do povo judeu e do seu monopólio dos meios de comunicação .
Os judeus foram transformados no bode expiatório e culpados de todos os males pelos quais atravessava a Alemanha ,
fazendo com que sua eliminação se tornasse um imperativo de Estado .
Muitos ignoram que os campos de extermínio não estavam na Alemanha , mas na Europa do leste .
Isso visava pou-par os alemães do “ trabalho sujo ” e permitia aos poloneses , ucranianos e lituanos ,
acérrimos anti-semitas de longa data , cola-borar ativamente com o ideal nazista de aniquilação total dos judeus .
Hitler era um louco inteligente …
Nas cidades polonesas de Jedwabne , Radzilow , Wasosz e Stawinski , por exemplo ,
os moradores assassinaram milhares de ju-deus, sem nenhuma imposição dos ale-mães .
Se algum episódio exemplifica o enraizado anti-semitismo polonês , ele é a matança de judeus depois de finalizada a guerra .
O pogrom de Kielce – 1946 – , um entre muitos , permanecerá na história polonesa como um dos maiores atos de covardia coletiva ,
no qual 42 sobreviventes do Holocausto foram assassinados pelos vizinhos . As conseqüências disto foram enormes . Vale consultar .
Por quê ? Medo destes de ter de devolver , a seus donos judeus , as casas que haviam ocupado ilegalmente .
[ – Marta Francisca Topel :
Antropóloga e pesquisadora do Programa de Língua Hebraica , Literatura e Cultura Judaicas da Universidade de São Paulo (USP) – ]
Como se constata , através da História , as religiões e a política do poder , sempre estiveram amalgamadas .
É fácil confundir alhos com bugalhos e bugalhos com alhos .
Se não fosse , o que seria do poder ou das religiões ?
Como seria legal que desfizéssemos estas misturas tão básicas e grotescas , tão revoltantemente anti – humanas –
usando o discernimento como princípio de evolução e melhoria .
O mundo anda precisando ! tanto .
O ser – humano : também.
Os deuses … com certeza … se cuidam melhor …
Ah … a foto … > um Campo de afgãos refugiados –
Vale a pena também estar a par da situação das mulheres no Afganistão , [ uma em cada quatro já tentou o suicídio ] diante da leitura fundamentalista dos textos islâmicos pelo Talibã .
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI158852-15228,00-A+VOZ+DAS+MULHERES+AFEGAS.html
Vale também , As mulheres e a religião judaico – cristã – católica , … pois é … – isto é real .
Talmud:
“ A mulher é um vaso cheio de imundíces com sua boca cheia de sangue e entretanto todos a desejam ” ( Shabbath 152 )
“ Quando nasce um menino, todos se alegram mas quando nasce uma menina todos se entristecem ” ( Niddah 31 )
Que as mulheres estejam caladas nas igrejas , porque não lhes é permitido falar .
( ” São ” Paulo )
“ A mulher está em sujeição por causa das leis da natureza , mas é uma escrava somente pelas leis da circunstância …
A mulher está submetida ao homem pela fraqueza de seu espírito e de seu corpo … é um ser incompleto , um tipo de homem imperfeito [ … ]
A mulher é defeituosa e bastarda , pois o princípio ativo da semente masculina tende à produção de homens gerados à sua perfeita semelhança .
A geração de uma mulher resulta de defeitos no princípio ativo ”
” Santo ” Tomás de Aquino , Summa Theologica , Q92 , art. 1 , Reply Obj. 1
“A mulher é uma ferramenta de Satã e um caminho para o inferno “
( ” São ” Jerónimo )
“ Abraçar uma mulher é como abraçar um saco de esterco ”
( ” São ” Odo de Cluny , monge beneditino , 1030-1097 )
… as santas mulheres que esperavam em Deus ; eram submissas a seus maridos ,
como Sara que obedecia a Abraão , chamando-o de Senhor.
O deus de Sara , mulher de Abraão , é originário de um texto denominado Antigo Testamento
do qual evoluíram o Judaísmo, o Cristianismo e o Islã > três religiões monoteístas ,
do “ deus – no – céu ” , do “ Pai Onipotente ” > claramente patriarcais e misóginas em seus fundamentos .
… Lacunas existenciais … preenchidas por dogmas religiosos que motivam a submissão de uns a
outros ou de umas a outros precisam ser esclarecidas .
Enxergar o mundo revendo o passado à luz do que acontece no presente
questionando o presente em nome do futuro significa não ficarmos presos a um pensamento único , do tipo religioso ,
que abrevia a vida e impede-nos de vislumbrá-la em todo a sua grandeza .
Não alimentar os medos e tomar consciência da inevitabilidade da mudança e das contradições que nos cercam
pode ser um modo de incomodar e evitar valores cristalizados construídos de fora para dentro que nos tornam intelectualmente preguiçosos e voluntariamente submissos .
Cláudio Travassos – UNESP
Religião – Misoginia – Autonomia
Defesa de direitos, poder e eqüidade .
Fontes :
Fy